“Kassab sabia da indicação”, diz ao DCM o advogado de acusado em esquema de cobrança de propina

Atualizado em 17 de outubro de 2014 às 17:27
pousada em mauá
A pousada em Visconde de Mauá de Carlos Di Lallo

 

Rogério Martins, advogado de Carlos Augusto Di Lallo Leite do Amaral, um dos quatro acusados num esquema de cobrança de propina na prefeitura de São Paulo, disse ao DCM que o ex-prefeito Gilberto Kassab sabia da indicação de seu cliente para o cargo que ocupava.

“O Carlos estava num cargo de confiança de uma secretaria [ele era diretor da Divisão de Cadastro de Imóveis]. Kassab sabia da indicação. Passou pela pessoa dele. Saiu no Diário Oficial. Ele está lavando as mãos. Pela terceira vez acontece um grande escândalo na gestão de Kassab e ele diz que não sabe de nada”.

Em entrevista para Mônica Bergamo, da Folha, Kassab afirmou que os acusados são “técnicos, servidores de carreira que não foram indicados por mim. E tenho certeza que os ex-secretários, que são pessoas corretas, terão total disposição para colaborar com as investigações”.

A operação funcionou entre 2007 e 2012 e desviou cerca de 500 milhões de reais. O suborno servia para as construtoras ganharem a quitação do Imposto sobre Serviços (ISS). Sem o “habite-se”, as obras não podiam ser entregues.

Os funcionários foram presos em suas casas. Houve buscas também em um escritório no Largo da Misericórdia, na Sé, que servia como base do grupo para reuniões com executivos de grandes incorporadoras.

A polícia esteve também numa pousada em Visconde de Mauá (RJ), cujo dono é Lallo. “O Carlos frisou que já tem a pousada há 17 anos e que ela é fruto de seus ganhos”, diz Martins. “Nós vamos ao MP e ao Fórum para entender por que foram feitas as prisões”.

Além de Lallo, foram detidos o ex-subsecretário da Receita Municipal Ronilson Bezerra Rodrigues, o ex-diretor do Departamento de Arrecadação e Cobrança Eduardo Horle Barcelos e um agente de fiscalização.

kassab