Mark Zuckerberg: “Não queremos ser árbitros da verdade”. Por José Eduardo Mendonça

Atualizado em 24 de novembro de 2016 às 12:12

Mark Zuckerberg, a mente por trás do sucesso da rede social

O Facebook vem sendo alto de críticas por divulgar notícias falsas, e a empresa promete medidas para diminuir a publicação de informações que muitas vezes viralizam e causam danos, a pessoas ou partidos. Preocupado, o CEO da companhia respondeu na sexta-feira passada em sua página:

“Muitos de vocês perguntaram sobre desinformação, e eu queria atualizar a conversa.
A essência da coisa é: levamos a desinformação a sério. Nossa meta é conectar pessoas com as histórias que acham mais significativas, e sabemos que elas querem notícias mas acuradas. Estamos trabalhando neste problema há muito tempo e levamos a sério esta responsabilidade. Fizemos progresso significativo, mas ainda há mais trabalho a ser feito.

Historicamente, temos dependido de nossa comunidade para nos ajudar a entender o que é falso ou não. Qualquer um no Facebook pode denunciar um link como falso …, para entender que matérias podemos classificar com confiança como desinformação. Da mesma forma que com clickbaits [conteúdo web criado para gerar retornos de publicidade online, normalmente, prejudicando a qualidade ou credibilidade do conteúdo, baseando-se em conteúdo com manchetes sensacionalistas], spam e scams, penalizamos este conteúdo no feed de noticias para que tenha menos possibilidade de se espalhar.

Os problemas aqui são complexos, tanto técnica quanto filosoficamente, Acreditamos em dar uma voz às pessoas. Precisamos ser cuidadosos e não desencorajar opiniões ou erroneamente restringir conteúdo acurado. Não queremos nós mesmos sermos árbitros da verdade, mas em vez disso confiar em nossa comunidade e em terceiras partes confiáveis”

Zuckerberg menciona algumas ações em andamento:

  • Detecção mais forte. A coisa mais importante que podemos fazer é melhorarmos nossa capacidade de classificar desinformação. Isto significa melhores sistemas técnicos para detectar o que as pessoas vão acusar com falso antes que elas mesmas o façam.
  • Tornar as denúncia mais fáceis. Isso nos ajudará a flagrar a desinformação com mais rapidez.
  • Verificação por terceiros. Há muitas organizações respeitáveis de checagem de fatos. Usamos algumas delas, e planejamos aprender sobre muitas outras.
  • Ouvir. Continuaremos a trabalhar com jornalistas e outros na indústria de notícias para ouvirmos suas opiniões e em particular para entendermos seus sistemas de checagem de fatos e aprender com eles.

 

Mercado anunciante está de olho no Spectacles, os óculos do Snapshat

Ainda não há previsão de quando chegam aqui, mas os Spectacles, do Snapchat, que chegou às ruas dos Estados Unidos recentemente, já é um sucesso entre anunciantes e agências, sendo testado por marcas como Mountain Dew (PepsiCo) e a empresa de publicidade digital Space150.

O par de óculos pode filmar vídeos de dez segundos do ponto de vista de quem o usa, e o usuário pode fazer seu upload para o Snapchat. No Snapchat, os vídeos podem ser vistos tanto vertical quanto horizontalmente, capturando todo o alcance das lentes circulares. E quando os vídeos são partilhados com outras plataformas, aparecem em um novo formato circular.

“É uma experiência extremamente envolvente ver um vídeo circular em seu telefone, já que se pode ver partes diferentes dele horizontal e verticalmente”, disse ao Digiday Ben Benrubi, diretor associado de parcerias globais da agência VaynerMedia. “Os Spectacles não são apenas divertidos, mas funcionais. Nos dão a oportunidade de contar histórias em um formato completamente novo e único, especialmente do ponto de vista da primeira pessoa”.

“Nossos clientes sempre se interessaram pelo Snapchat em geral e tiveram grandes retornos, e por isso esta é outra coisa com a qual estão animados”, disse Michael Gentile, chefe de produção interna da BBDO.

O Snapchat entendeu que com câmeras mais abundantes e poderosas, elas serão mais que ferramentas para capturar imagens bonitas de uma paisagem ou um almoço. Serão os olhos através dos quais nossos computadores podem ver o mundo, e através dos quais vemos os mundos dos outros. E aí, mesmo dez segundos são importantes.

A ideia de que a câmera não serve apenas para fazer álbuns é crucial para o futuro do Snapchat. Para o de todo mundo, na verdade, comenta a Wired. As lentes parecem destinadas a reinventar a computação do modo que teclado e mouse um dia fizeram, ou o touchscreen depois disso.

As lentes boas são baratas agora, e vão estar em todo lugar. São elas que permitem o avanço da realidade aumentada. E filmar vai substituindo o escrever.

Segurança, problema para milenials pagarem contas no smartphone

Pelas tendências de adoção de novas tecnologias, os milenials poderiam estar pagando mais coisas em smartphones, e o usam muito para isso. Mas muitos se sentem impedidos por preocupações com segurança ou fraudes.

Uma pesquisa de agosto deste ano descobriu que embora muitos deles na América do Norte e Reino Unido usem smartphones para suas transações, todos os dias, ou algumas vezes por semana, há outros que o fazem uma vez por mês ou poucas vezes ao ano.

A Mitek, provedora de serviços de captura e verificação de identidade, pesquisou 3010 usuários de smartphones de 18 a 34 anos e revelou que, por exemplo, um quarto dos respondentes usam seu aparelho móvel para conduzir transações pelo menos uma vez por dia. E 29% afirmaram fazer isso algumas vezes por semana.

Mas os comportamentos diferem. Um em cada cinco usuários usava o smartphone para pagamentos uma ou duas vezes por mês, e 9% apenas poucas vezes por ano. Apenas 10 por cento disseram nunca ter feito este tipo de transação.

Muitos, no entanto, estão preocupados. Quase metade dos pesquisados citou a segurança de seus dados como barreira. E quase o mesmo número mencionou fraude de identidade.

Cerca de 20% acham que existem muitas barreiras no processo. Um quarto acredita que estas compras são melhores no desktop, e 19% preferem comprar pessoalmente.

Você vê TV e usa o celular ao mesmo tempo?

Um número cada vez maior de pessoas está usando um celular enquanto assiste TV, ou pesquisando conteúdo relacionado ou discutindo-o socialmente, diz a eMarketer.

A Ericsson, empresa de telecomunicações especializada em banda larga, mobilidade e na nuvem, pesquisou mais de 30 mil usuários de internet no mundo, entre 16 e 69 anos, que têm uma conexão de banda larga em casa e assistem vídeo ou TV semanalmente.

De maneira geral, o estudo mostra que mais respondentes estão utilizando atividades digitais com smartphones ou tablets enquanto assistem TV, e que este número cresceu desde 2014.

Há dois anos, menos de um quarto dos espectadores de TV e vídeo disseram pesquisar na internet conteúdo relacionado ao que assistiam. Em 2016 isto aumentou para um terço.

Da mesma forma, em 2014, 15% dos respondentes disseram assistir dois ou mais programas ao mesmo tempo. Neste ano, 20%.

A TiVo também indica que espectadores digitais adotam o multitasking enquanto assistem TV, e para metade deles transmissões ao vivo são o formato preferido para estas ações.

Mídias sociais, uma resposta imediata a desastres naturais

Desastres naturais, como furacões, são um desafio enorme para governo, ONGs e, claro, indivíduos e comunidades afetados.

Mas os estudos sobre a eficácia da resposta a estes desastres focam geralmente em atividades oficiais e distorcem a realidade.

Carmen Leong, uma professora da faculdade de sistemas de informação e gerenciamento de tecnologia da Universidade de Nova Gales do Sul, fez um estudo da inundação de 2011 na TailIandia . E descobriu como indivíduos no campo usaram mídias sociais para partilhar informações e oferecer apoio, com frequência em áreas onde a resposta oficiala não existiu ou foi insuficiente.

“Exploramos o papel da mídia social para facilitar o envolvimento da comunidade”, disse Leong. Em 2012, os pesquisadores coletaram dados arquivados na mídia buscando conteúdo criado comunitariamente no Facebook, Twitter e TouTube.

Apenas no Facebook foram formados 50 grupos, atualizando informações sobre o nível da água em diversos locais, mobilizando voluntários e coordenando o fluxo de doações.

Um exemplo foi uma página no Facebook (“Quando a água subir, informe rápido”), criada por uma garota de 23 anos, que teve 200 mil curtidas em duas semanas. Em outro exemplo, uma conta do Twitter de uma organização humanitária reuniu mais de 100 mil voluntários durante a enchente, dez vezes mais que o número de pessoas que governo conseguiu convocar.

“A mídia social permite a indivíduos se agregar e exercer sua força coletiva”, afirma Leong, de acordo com o phys.org. “Ao aumentar as vozes de indivíduos ou populações sem poder, a posição de uma comunidade fica visível e as possibilidades originalmente dispersas ganham sinergia”.