Mercado de apps começa a encolher e outras notícias midiáticas. Por José Eduardo Mendonça

Atualizado em 15 de junho de 2016 às 18:39

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Mercado de apps começa a encolher

Acabou a farra. Difícil que se passe um dia sem que lhe ofereçam algum novo app para seu smartphone. O problema é: ou é algo com as funções que você já tem em outro, que funciona, ou não interessa a mínima. As duas coisas começaram a acontecer no mercado.

Entrar na briga tornou-se quase impossível para os menores, mas para os grandes as vendas encolhem, ou simplesmente param.

Em maio, as 15 maiores do setor tiveram queda média de 20 por cento nos Estados Unidos, diz a consultoria SensorTower. O mercado de smartphones ainda cresce, e globalmente junto com ele o de apps. Mas o crescimento fora dos EUA foi de modestos 3 por cento no mesmo mês.

Mesmo no caso do Facebook, pense: é muito difícil achar mais usuários quando você já tem 1.65 bilhão, comenta a Recode.

Receita de circulação ainda sustenta os jornais

No setor, globalmente, verifica-se a continuação de uma tendência identificada no ano passado: os leitores se tornaram a maior fonte de receita das empresas de jornais, com 53 por cento dela. Os dados foram apresentados em meados de maio na conferência anual da World Association of Newspapers and News Publishers, que aconteceu em Cartagena, na Colômbia.

A receita conjunta de circulação e publicidade chegou U$ 168 bilhões em 2015. Disto, U$ 90 bilhões vieram de circulação impressa e digital, e U$ 78 bilhões de publicidade, de acordo com o estudo World Press Trends, apresentado na ocasião.

Junto com revistas, jornais são a terceira maior das indústrias criativas, com a geração de 2.9 milhões de empregos mundialmente. E a perda de receita dos jornais segue consistente. Foi de 1.2 por cento em 2015, e de 4.3 por cento nos últimos cinco anos.

Mais de 2.7 bilhões de adultos lêem jornais globalmente, A leitura digital cresce e em alguns dos países mais desenvolvidos ultrapassou a impressa. Pelo menos 40 por cento de usuários globais de internet lêem jornais online.

O World Press Trends inclui dados de mais de 70 países, que representam mais de 90 por cento do setor. Os dados são compilados por dezenas de associações e empresas como Zenith Optimedia, PwC, ComScore, e Pew Research Center.

O crescimento da telefonia móvel é uma grande oportunidade de negócios. Nos EUA mais de 80 por cento das pessoas lêem notícias pelo celular e o índice na Austrália e Canadá chega a 70 por cento.

A circulação digital paga aumentou 30% apenas em 2015, e 547 por cento nos últimos cinco anos. Com faturamento de mais de U$3 bilhões, vai recompondo as perdas da circulação impressa.

Paradoxalmente, em alguns países cresce expressivamente a circulação de jornais impressos, como na China, Índia e outros locais da Ásia que passam agora por um momento de afluência econômica, com multidões adotando os hábitos de consumo da classe média ocidental.

De qualquer forma, jornal em papel ainda dá muito dinheiro. Mais de 90% por cento do dinheiro do setor globalmente deriva daí. Os sete maiores mercados são Estados Unidos, Japão, Alemanhã, China, Reino Unido, Índia e Brasil.

Arianna Huffington vai investir em saúde e bem estar

Depois de dez anos de ter lançado em 2005 o que começou como um agregador de blogs, o Huffington Post, e se tornou mais tarde além disso um site de notícias, Arianna Huffington vai expandir seus negócios com uma startup voltada para a saúde e o bem estar.

Ainda não se sabe qual será o modelo de negócio, em um mercado saturado. A nova empresa se chamaria Thrive, e teria conteúdo escrito por celebridades e blogueiros. O faturamento poderá vir de conteúdo patrocinado, conferências e seminários e de consultoria a empresas.

Um dos investidores vai ser Jack Ma, presidente do megagrupo chinês de e-commerceAlibaba. Outro seria a Lerer Hippeau Ventures, co-fundadora do Huffington Post.

O Post foi comprado pelo AOL por U$ 315 milhões em 2011m e se tornou mais uma marca da Verizon quando esta adquiriu a AOL no ano passado. Arianna permanece na empresa como presidente e editora-chefe. Hoje faz também parte do board da Uber Technologies, informa a Bloomberg.