Militante das redes, chefe de gabinete da presidência do TRF 4 assinou petição de prisão de Lula. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 5 de janeiro de 2018 às 20:10
Post da chefe de gabinete da presidência do TRF 4 pedindo a prisão de Lula

Como você já leu no DCM, Ivanice Grosskopf, diretora da secretária da 13a. Vara Federal de Curitiba e braço direito de Sergio Moro, é uma antipetista de carteirinha.

Ivanice trabalha com Moro desde o tempo de Cascavel, quando o juiz se tornou titular pela primeira vez, nos meados dos anos 90, na sucessão de João Pedro Gebran Neto.

Compartilha publicações de uma organização que se define pelo slogan “Curitiba, a capital mais direita do Brasil” e deu publicidade também a manifestações de Caiado contra o Foro de São Paulo, uma espécie de Godzilla imaginário da extrema direita.

No dia 24, será julgado o recurso de Lula no caso do triplex no Tribunal Regional da 4ª Região, em Porto Alegre — e ali também há um personagem que não faz questão de esconder suas preferências políticas.

Daniela Tagliari Kreling Lau foi nomeada em junho passado chefe de gabinete da presidência do TRF 4. 

Como ocorre com Ivanice, Daniela é uma militante política ativa nas redes sociais.

Seu post mais recente no Facebook é uma convocação para um abaixo assinado pedindo a prisão de Lula.

O texto assegura que ele é “o maior criminoso da história da humanidade e deve por isso receber a devida justiça com sua condenação em 24 de janeiro de 2017 pelo Tribunal Regional Federal da 4° Região”.

“Não podemos permitir que esse criminoso confesso continue a andar livremente pelas ruas deste país como qualquer outro cidadão de bem, rindo e comemorando com seus parceiros criminosos, sua eterna impunidade.”

Outra notícia que ela compartilhou: “Justiça Federal rejeita queixa-crime de Lula contra juiz Serio Moro”. Há espaço também para um elogio a Nelson Marchezan Junior via MBL. O prefeito teria “desmascarado um jornalista”.

Em abril, Daniela foi citada numa reportagem de um site de promoção de eventos — que não diz nada com nada.

Daniela, à época, era chefe do cerimonial daquela corte. Uma carreira de 20 anos. De acordo com a matéria, ela “acredita que houve um grande evolução no mercado de promotores”.

“Os profissionais estão cada vez mais especializados, possuem maior diversificação, tem mais visão do que o cliente precisa e muitas vezes acaba influenciando no resultado final”, diz.

Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, chefe de Daniela, já declarou que a sentença de Moro vai “entrar para a história”.

O resultado final em Porto Alegre, no que depender de Daniela, já está garantido.