Moro e a Globo serão responsáveis por cada gota de sangue derramada. Por Carlos Fernandes

Atualizado em 17 de março de 2016 às 20:16
Moro recebe um prêmio de João Roberto Marinho, à sua esq: cúmplices
Moro recebe um prêmio de João Roberto Marinho, à sua esq: cúmplices

O que o juiz Sérgio Moro em conluio com a Rede Globo fizeram no mesmo dia em que o ex-presidente Lula foi confirmado no mais importante ministério do governo foi de uma irresponsabilidade e de uma ilegalidade inimaginável.

Grampear celulares da atual presidenta do país, além de pôr em risco a segurança nacional, escancara o espírito policialesco em que o Estado brasileiro vive promovido justamente por quem deveria combatê-lo.

Moro, que há muito tempo perdeu completamente todas as prerrogativas da magistratura, ultrapassou a fronteira das suas já irregulares atuações midiático-partidárias e avançou para a violação das mais básicas regras legais.

Quando pensávamos que apenas os Estados Unidos da América se utilizavam de escutas ilegais contra chefes de Estado de repúblicas independentes, descobrimos que esse tipo de interferência imoral encontra-se entranhada no nosso próprio judiciário.

A Rede Globo, uma concessão pública que se vence justamente em 2018, trabalha diuturnamente para retomar o mesmo papel vergonhoso que teve na Ditadura Militar utilizando o seu poder em detrimento da democracia.

A manipulação das informações, a divulgação de grampos clandestinos, a cooptação de vazamentos ilegais e a agenda em favor de um projeto de poder classista revelam que a Globo faz de tudo, menos jornalismo.

O resultado de tudo isso não poderia ser outro. Num país em que a diversidade política se resumiu a uma bipartidarização e que os ânimos da população em geral já se encontravam à flor da pele, a batalha campal se torna inevitável.

Os primeiros atos de agressões físicas já foram presenciados ainda na noite de quarta-feira, 16. Sedes de sindicatos e comitês políticos do PT já foram alvos de vandalismo. A tendência de que as hostilizações cresçam é inquestionável.

É simplesmente inacreditável que uma única pessoa, Moro, em conjunto com a grande mídia nacional coloquem o país em guerra civil declarada sem que o Supremo Tribunal Federal e demais instituições tomem qualquer atitude a respeito.

Se já havia o temor de que um cadáver surgisse em meio aos protestos que se insurgem tanto de um lado quanto do outro, isso passa a ser quase uma certeza, dada a ausência de um verdadeiro e legítimo debate político por parte do Congresso Nacional e da mídia familiar brasileira.

Todas as vítimas inocentes da Ditadura Militar parecem não ter sensibilizado a razão dos Marinhos e de quem faz parte do nosso poder judiciário. Mais uma vez o país é jogado à tirania e à barbárie unicamente em função de poder e dinheiro.

Nos livros de história, Moro e a Rede Globo serão particularmente responsabilizados por cada gota de sangue derramado durante a insana cavalgada do Brasil em direção ao caos.