O estranho presente de Mariana Godoy a Dilma. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 11 de junho de 2016 às 9:50
Mariana pecou
Mariana pecou

O que deu na cabeça de Mariana Godoy ao presentear Dilma com um livro de FHC no final da entrevista desta sexta?

Foi uma pergunta que correu as redes sociais imediatamente.

Muita gente ficou irritada. Um internauta disse: “Ela saiu da Globo, mas a Globo não saiu dela.”

Foi, sem dúvida, um despropósito, dado o papel de destaque de FHC no golpe de que foi vítima Dilma.

FHC foi o decano do golpe, e com as revelações que vão brotando dos delatores ele já faz jus a uma tornozeleira, já que a idade provecta o livra da cadeia.

É um demagogo, um corrupto, um cínico, um mentiroso, um golpista. Por que Mariana deu a Dilma seu livro?

Ela própria não respondeu a esta questão. No Twitter, onde foi intensamente criticada, disse apenas que esperara seis meses para entregar o presente.

Afirmou, também, que as pessoas não entenderam o espírito da coisa. Mas ela não explicou qual era esse espírito da coisa.

Mais que tudo, foi um gesto de extrema, desenfreada deselegância. Imagine que você seja convidado a ir à casa de alguém depois de um episódio dramático em sua vida. E lá, na despedida, você recebe uma lembrança que evoca diretamente uma das pessoas centrais em seu infortúnio.

Só faltava Mariana dar uma foto autografada de Eduardo Cunha para Dilma. Dele com Claudia Cruz. Ou um exemplar de Não Somos Racistas, de Ali Kamel, diretor da Globo.

Ou ainda pior: um livro de poemas de Michel Temer. Com dedicatória em forma de poesia. De Mi para Di.

A jornalista Mariana Godoy falhou miseravelmente. Mas o pecado maior foi o da anfitriã Mariana Godoy. Nota zero em boas maneiras.