O oportunismo mequetrefe de Serra ao “denunciar” a Paulista com chuva. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 30 de novembro de 2015 às 15:18

Captura de Tela 2015-11-30 às 15.16.41

 

“Serra é o Benjamin Button que não deu certo: nasceu velho e continuou velho”. A definição do Careca por José Simão continua atualíssima. Serra já era um ancião desde pequeno e estacionou numa idade mental provecta.

No domingo, 30 de novembro, deu mais uma prova disso ao publicar uma foto avenida Paulista num dia de chuva ininterrupta para criticar Haddad e Dilma numa só tacada.

“Infelizes são os paulistanos! Dilma na presidência e Haddad na prefeitura. Vocês sabiam que os níveis de despreparo para governar de ambos se equivalem? Somos infelizes ao quadrado!

Hoje, domingo, fui visitar um amigo que mora perto da Avenida Paulista. A avenida foi fechada pelo prefeito, para lazer. E fica vazia, obviamente. No entorno dela, congestionamentos monumentais. Na ida, demorei meia hora para cruzar a Paulista. Na volta, mais quarenta minutos para sair do engarrafamento. Pensando bem a comparação com Haddad é injusta para Dilma.”

 

Vamos partir do pressuposto de que a história da visita é verdadeira e que ele não perpetrou essa maldade diretamente do retrocesso de seu lar, nos Jardins (ele se mudou do Alto de Pinheiros após a separação).

O domingo foi de chuva e de Fuvest. Portanto, natural que tivesse menos gente do que em outras ocasiões. Os fenômenos climáticos não são novidade para ele. Ainda assim, conseguiu ignorar um protesto de seus amigos do PV.

Por que, por exemplo, não foi de metrô? Apesar da escassez vergonhosa de linhas no estado governado pelo PSDB há mais de 20 anos, aquela região não sofre com esse problema.

Serra age como se fosse apenas um observador inocente, um mero cidadão indignado. Foi prefeito em 2004, cargo em que permaneceu apenas por um ano e três meses para disputar a presidência (o gênio que faz o perfil Trolha de SP notou: “Serra leva quarenta minutos para cruzar a Paulista, e fica mais tempo na avenida do que no cargo de prefeito”). Depois, foi governador. Saiu antes, novamente.

Não deixou absolutamente nenhuma marca em matéria de mobilidade urbana. Nada. Zip. Niente. Minto: ampliou as faixas da marginal Tietê e, hoje, o trânsito ali é 80% mais intenso.

Seu post está sendo, merecidamente, trolado, e não apenas por petistas. Um episódio aparentemente menor demonstra o modus operandi mesquinho do senador e de sua legenda: a ação pautada pelo oportunismo rastaquera.

É assim em nível federal, em que o PSDB trabalha para encurtar o caminho até o Planalto tomando carona em qualquer crise, ou quando o mau tempo impede os paulistanos de gozar de uma avenida sem carros.

Como resumiu um sujeito no Twitter: “Trabalhar, que é bom, nada”.