Quem quer ajudar Marin a ficar ‘preso’ numa Trump Tower? Por Mauro Donato

Atualizado em 17 de outubro de 2016 às 10:50

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Preso nos Estados Unidos desde novembro de 2015, ex-presidente da CBF José Maria Marin está precisando de um dinheirinho.

Como cumpre pena domiciliar, ele está precisando de renda para se manter pois vive modestamente em seu apartamento na Trump Tower da Quinta Avenida, em Nova York. E, sabe como é, o whisky e o pastrami em Manhattan estão com os preços nas alturas, um absurdo.

Para tanto, Marin decidiu colocar para alugar um acanhado imóvel que possui em São Paulo, uma mansão no Jardim Europa, por algo em torno de R$ 110 mil por mês. Alguém se dispõe?

A casa paulista foi adquirida às vésperas do cartola deixar o poder. Previdente o nosso Marin. Pagou R$ 13,5 milhões. Isso é pouco mais da metade do valor venal que consta na escritura (4º Cartório de Registro de Imóveis). Para a prefeitura ela vale R$ 21,7 milhões. Já para especialistas no mercado imobiliário, a estimativa beira os R$ 30 milhões.

São seis quartos, num terreno de 2.600 m². Cento e dez mil reais de locação mesal, é um valor bem adaptável ao bolso do brasileiro médio. Bora lá alugar a mansão de José Maria Marin e, como costumava pedir Juca Chaves, vamos ajudá-lo a colocar gasolina azul no seu Jaguar. Em tempo: não está em nome dele, e sim de JMN Empreendimentos e Participações Ltda.

Marin é acusado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos de fazer parte de um esquema de propinas nas relações de contrato entre a CBF e a Nike. As denúncias envolvem J.Hawilla e toda a turma.

Como a empresa norte-americana é fornecedora da entidade desde os anos 1990, a ‘turma toda’ se deu bem durante um bom tempo. José Maria Marin é dono desses imóveis citados acima e, para cumprir prisão domiciliar, pôde desembolsar 15 milhões de dólares (exato, cerca de 57 milhões, seu pé-rapado) para a justiça americana enquanto aguarda julgamento. O dirigente futebolístico só pode sair de casa para emergências, para ir ao médico, à igreja, ao advogado e a um supermercado pré determinado.

Mas apenas o IPTU da mansão vazia no Jardim Europa é algo em torno de R$ 199 mil por ano. Com mais as despesas do apartamento na Trump Tower em plena Nova York, quem consegue viver assim?

José Maria Marin assumiu a CBF logo depois de Ricardo Teixeira (que tinha recebimentos escusos através de empresas-fantasma abertas em Liechtenstein, como tratado no livro “Um jogo cada vez mais sujo”, do inglês Andrew Jennings sobre o submundo do futebol). Vaidoso, gostava de ser fotografado, adorava conceder entrevistas. Nunca irá se livrar do discurso que, para muitos, motivou o assassinato de Vladimir Herzog. Só foi pego na Suiça e agora está encrencado na terra do Tio Sam. Quem vai alugar a casa dele?