Voto de Bolsonaro contra Temer na Câmara causa revolta e debandada entre seus eleitores. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 4 de agosto de 2017 às 15:15

O voto dos Bolsonaros Jair e Eduardo na Câmara a favor da denúncia contra Temer causou um curto circuito em seu eleitorado e uma debandada.

Antipetistas, anticomunistas e sobretudo com pânico de Lula, fãs de Bolsonaro preferem manter um corrupto amigo como Michel Temer.

Bandidos de estimação, desde que à direita, estão liberados na utopia fascista.

A reação forçou pai e filho a dar explicações.

Eduardo fez um vídeo no carro, dirigindo (alô, autoridades do trânsito). Reclamou que lhe passaram um “atestado de trouxa”, que “tem vergonha na cara” e que é preciso “um cara decente na presidência”.

Seu genitor escreveu nas redes tentando explicar a diferença entre votos “sim” e “não” para sua galera de analfabetos políticos.

A verdade é que ambos colaboraram com a estratégia de Michel Temer.

Como lembrou Lauro Jardim no Globo, deram quórum, garantindo o início da sessão que deveria matar a primeira denúncia.

Na sequencia, votaram pelo encerramento das discussões, garantindo que a votação começasse o quanto antes e, com isso, se encerrasse também rapidamente.

A fragilidade do discurso moralista é facilmente desmoronável e cheia de buracos populistas.

Até 2018, muita água suja vai minar a candidatura da grande esperança branca da extrema direita, segundo colocado na pesquisas mais recentes.