1 milhão de amigos é o mesmo que nenhum: as lições do vocalista do Iron Maiden e do Burger King

Atualizado em 27 de outubro de 2014 às 13:24
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Bruce Dickinson

O vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson, deu uma palestra na Campus Party sobre empreendedorismo. Dickinson, hoje, se divide entre a banda e sua empresa de manutenção de aviões, a Cardiff. Por causa do crescimento, Dickinson estuda a possibilidade de lançar a Cardiff como companhia aérea. Já tem 70 empregados.

Dickinson falou sobre o que orienta suas decisões. O que ele procura não são clientes, mas fãs. “Você está vendendo uma coisa única, uma relação com o consumidor”, afirmou. “O consumidor/cliente muda de marca facilmente, enquanto o fã é fiel”.

Citou o exemplo da Apple, com sua legião de macmaníacos. Vale o mesmo para o próprio Iron, que lota qualquer show em qualquer lugar, sem ter o tamanho ou o dinheiro de promoção de Beyoncé, Justin Bieber et caterva.

Ele foi acusado de ser um bobo careta. Afinal, roqueiro velho bom é roqueiro velho morto. Podia ser pior. Ele podia ter se transformado no Roger do Ultraje. Mas, além de um caso de um ídolo da música que soube se reinventar e não ficou refém da fama, Dickinson está chamando a atenção para uma escolha fundamental nos negócios (ok, não apenas nos negócios). Quem tem 1 milhão de amigos não tem nenhum. O que conta é o engajamento.

Na Noruega, o Burger King teve uma ideia sensacional para se livrar do excesso de gente que não acrescenta nada. Em sua página no Facebook, a rede de fast food ofereceu um Big Mac de graça para seus seguidores.

As pessoas que aceitaram o voucher para comer o sanduíche do principal concorrente foram banidas do FB. Havia cerca de 40 mil. Ao menos 30 mil foram dispensadas. Um verdadeiro êxodo, mas e daí? Segundo a empresa, interessa mesmo é quem ficou.

(A taxa de engajamento do DCM no Facebook, aliás, é de lindos 90%. O UOL, maior portal do Brasil, tem 3%).

Dickinson saiu aclamado da Campus Party. Está carregando para suas novas aventuras o que aprendeu com sua banda de metal. Não as farras com sexo e as drogas, mas a capacidade de criar uma rede de cumplicidade e admiração. Não um estádio lotado de milhares de anônimos que conversam enquanto você fala, mas um avião com gente que presta atenção em você.

Esse é o nome do jogo.