Governo mantém 100 anos de sigilo em processo de Pazuello por evento com Bolsonaro

Atualizado em 20 de janeiro de 2022 às 6:15
A imagem vergonhosa de Pazuello com Bolsonaro em ato negacionista
Sem máscara, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello participa de ato em apoio a Bolsonaro com motociclistas no Rio de Janeiro – Reprodução-23.mai.2021

Comissão formada por servidores de alto escalão de sete ministérios do governo negou pedido da Folha de S.Paulo e manteve sigilo de 100 anos ao processo interno do Exército que decidiu não aplicar nenhuma punição ao general Eduardo Pazuello. Protegeram o general responsável pelo desgoverno na pandemia e seu chefe capitão.

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Processo de Pazuello e Bolsonaro protegido

O processo existe por causa da participação em um ato político do general que foi ministro da Saúde ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL) em maio de 2021.

Argumento principal da negativa é que a divulgação dos documentos representa risco aos princípios da hierarquia e da disciplina no Exército.

O general, que é ex-ministro da Saúde e hoje tem cargo de assessor especial da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, subiu ao palanque de Bolsonaro após um passeio de moto com apoiadores no Rio de Janeiro.

Naquele dia, o presidente atacou as medidas de prevenção à covid e, ao lado do general, afirmou: “Meu Exército jamais irá às ruas para manter vocês dentro de casa”.

Pazuello conseguiu se livrar de qualquer punição, apesar das evidências de transgressão disciplinar. A vedação de participação em atos políticos, existente para militares da ativa, está prevista no regulamento disciplinar do Exército, vigente por decreto desde 2002, e no Estatuto dos Militares, uma lei em vigor desde 1980.

Decisão de livrar Pazuello foi do comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que cedeu à pressão de Bolsonaro para que o aliado não fosse punido.

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