100 mil mortos: o motoboy Matheus e o taxista Márcio honram o Brasil ao enfrentar a besta do bolsonarismo

Atualizado em 8 de agosto de 2020 às 11:47
Márcio confronta bolsonarista em Copacabana em ato pelos 100 mil mortos de covid-19

Bolsonaro é o cavaleiro da desesperança.

Nesta sexta, o país chegou a 99 702 mortos pelo coronavírus, sendo 1.058 deles nas últimas 24 horas.

O que o presidente da República fez, até o momento, foi vender cloroquina e cavalgar sobre esses cadáveres e suas famílias.

A ONG Rio de Paz realiza uma manifestação em memória dessas vítimas em Copacabana. O grupo também protesta e faz críticas ao desgoverno durante a pandemia.

A cena mais emblemática foi de um bolsonarista tentando tumultuar o ato.

Falhou quando deparou com o taxista Márcio Antônio do Nascimento Silva — que já tinha recolocado as cruzes na areia num protesto anterior.

Silva perdeu um filho de 25 anos para a covid-19 e passará o primeiro Dia dos Pais sem seu menino.

O boçal passou pelo calçadão falando em “fake news”.

Márcio foi até ele e não deixou que aquela infâmia prosperasse.

“Eu tive que pegar o corpo do meu filho e botar dentro do caixão em um saco, então você não pode falar que é ‘fake news'”, afirmou.

“Não é fácil estar aqui, não é fácil, não é fácil relembrar isso tudo. Amanhã seria o Dia dos Pais. Se eu puder conscientizar apenas uma pessoa, eu já fico muito feliz e acho que meu filho não passou em vão. Eu não posso mudar o mundo, mas se eu puder ajudar alguma pessoa, já é importante”.

Ele e o motoboy Matheus são a prova de que nem tudo está perdido e que o Brasil será retomado do fascismo — em nome dos que não morreram em vão.