
Na manhã de terça-feira, 28 de outubro, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), em conjunto com a Polícia Militar e o governo do Rio, conduziu uma megaoperação nos Complexos do Alemão e da Penha, localizados na zona norte da cidade.
A ação contou com a mobilização de 2,5 mil agentes de segurança, que enfrentaram resistência de criminosos, que utilizaram barricadas, drones, bombas e tiros para reagir à operação. Até o momento, as autoridades confirmaram a prisão de 81 pessoas e a morte de 60 indivíduos, sendo 20 suspeitos de envolvimento com o tráfico e dois policiais civis.
O policial civil Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, 51 anos, conhecido como Máskara, foi um dos policiais mortos durante a ação. Ele atuava como chefe da 53ª Delegacia de Polícia de Mesquita e estava entre os agentes mobilizados.
Além dele, o policial Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos, da 39ª DP (Pavuna), também perdeu a vida durante a operação. Ambos estavam envolvidos na tentativa de conter a expansão do Comando Vermelho (CV), facção criminosa com forte presença na região, e de prender líderes do tráfico de drogas.
Durante a coletiva, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, destacou que essa foi a maior operação de segurança já realizada no estado, frisando que o planejamento da ação priorizou áreas de mata, afastadas das comunidades, visando proteger a população local.
‘Nós deveríamos ter, nesse momento, o apoio até de Forças Armadas’, diz governador do Rio sobre megaoperação https://t.co/iZA1J8RjAn #g1 pic.twitter.com/CGxDEeVwf3
— g1 (@g1) October 28, 2025
Segundo o governador, a operação foi cuidadosamente planejada para minimizar os impactos nas áreas residenciais e garantir a segurança dos cidadãos. Em retaliação à ação policial, criminosos do Comando Vermelho utilizaram drones para lançar bombas contra as equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite da Polícia Civil do Rio.
A situação gerou tensão, mas a operação continuou a ser monitorada em tempo real no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), situado na Cidade Nova, onde as autoridades centralizam o controle e a coordenação das ações.
Uma das informações mais relevantes durante a coletiva foi a prisão de Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como “Belão do Quintugo”, chefe do Morro do Quitungo, também na Penha. Ele é considerado o braço direito de Edgard Alves de Andrade, o “Doca”, um dos principais líderes do Comando Vermelho no Rio de Janeiro.
Belão do Quintugo é acusado de envolvimento em diversas atividades criminosas, incluindo tráfico de drogas, comércio de armas e confrontos violentos com facções rivais. A operação foi realizada com o objetivo de cumprir 51 mandados de prisão contra traficantes envolvidos com o tráfico de drogas nos Complexos da Penha.
Além da Polícia Civil e Militar, a ação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope/PMERJ). O Gaeco, braço do Ministério Público, denunciou 67 pessoas por associação ao tráfico e três indivíduos também foram acusados de tortura.
O Complexo da Penha tem sido identificado como uma das bases mais importantes para o Comando Vermelho devido à sua localização estratégica, que facilita o escoamento de drogas e armamentos por vias expressas próximas. Essa região tem sido um alvo constante de facções criminosas, que buscam expandir seu domínio e controlar as comunidades da zona norte e oeste do Rio.
O líder Doca, junto com outros traficantes de alta hierarquia, tem sido apontado como responsável por coordenar atividades criminosas em várias áreas, incluindo Gardênia Azul e Juramento, onde o CV tem ampliado sua presença.
Além de Doca, outros líderes do tráfico também foram denunciados e identificados como responsáveis por diversas funções dentro da organização criminosa. Pedro Paulo Guedes, conhecido como “Pedro Bala”, Carlos Costa Neves, o “Gadernal”, e Washington Cesar Braga da Silva, o “Grandão”, são figuras centrais na hierarquia do Comando Vermelho.
Eles emitem ordens sobre a comercialização de drogas, definem a distribuição e a segurança nas bocas de fumo e gerenciam a execução de pessoas que possam prejudicar os interesses da facção.
A operação também visou atingir as funções de gerência do tráfico, com foco em 15 homens responsáveis por atividades administrativas como contabilidade e abastecimento de drogas, além de outros envolvidos com a segurança armada nas comunidades.
🚨NÃO É GAZA! Rio está em guerra: megaoperação histórica toma conta dos Complexos do Alemão e da Penha, deixando 20 mortos e 56 presos até o momento. pic.twitter.com/OlgsQ8fprK
— FUTRIKEI (@futrikeiof) October 28, 2025
Rio de Janeiro virado nesta tarde por conta da operação no Complexo do Alemão.
Av. Brasil fechada na altura de Deodoro e ruas fechadas em Anchieta. pic.twitter.com/wNvet1hAHF— CARIOCA TV (@CariocasTV) October 28, 2025
🇧🇷 Traficantes lançam bombas com drones contra policiais durante megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho.
Pelo menos 20 pessoas morreram e 81 foram presas.pic.twitter.com/HrrMcVzH4l
— Eixo Político (@eixopolitico) October 28, 2025
O Governo do Estado do Rio de Janeiro deflagrou, nesta terça-feira (28/10), a Operação Contenção, uma ação integrada das forças estaduais de segurança pública nos complexos do Alemão e da Penha contra faccionados do Comando Vermelho (CV). A megaoperação mobiliza 2.500 policiais e… pic.twitter.com/LTEoDaGj1Y
— Gilliard Barbosa (@Gilli_Barbosa) October 28, 2025
O Rio de Janeiro viveu nesta terça-feira, 28 de outubro, um dos dias mais violentos de sua história recente. Uma megaoperação conjunta nas comunidades da Penha e do Alemão, redutos do Comando Vermelho (CV), terminou em um cenário de guerra: 22 mortos, 81 presos e dezenas de… pic.twitter.com/FLb0hpGMoS
— Karina Michelin (@karinamichelin) October 28, 2025
🚨Megaoperação no quartel-general do Comando Vermelho — os complexos da Penha e do Alemão: presos chegam na Cidade da Polícia. #BalançoGeralRJ
📽️ Reprodução/Record Rio pic.twitter.com/txQUTYCDEj
— Tino Junior (@tinojunior) October 28, 2025