Fundadora das Mães de Maio grava vídeo contra presença Bolsonaro na Argentina

Atualizado em 9 de setembro de 2020 às 16:01
Taty Almeida

PUBLICADO NA PAGINA 12:

Organizações de direitos humanos e movimentos sociais rejeitaram a visita do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, o fiel defensor da ditadura que liberou o porte de armas e direitos de corte em seus primeiros cinco meses no Palácio do Planalto. O Descontentamento generalizado foi condensado na mobilização “seu ódio não é bem-vindo aqui”, a ser realizada quinta-feira às seis horas na Plaza de Mayo com um festival de música após a reunião que irá manter a extrema-direita com o seu homólogo argentino, Mauricio Macri no marco de uma visita de estado. “Fora Bolsonaro e o fascismo da Argentina e da América Latina”, enfatizaram.

As Mães da Plaza de Mayo, a Frente de Esquerda dos Trabalhadores, o coletivo ‘Ni una a menos’ e o CTA Autónoma, entre outras organizações, chamados a marchar da Avenida de Mayo e 9 de Julio com a Plaza contra as políticas sendo implementação ex-capitão reserva em seu país, por um lado, mas também para denunciar Macri aliança com a extrema-direita procura replicar na Argentina os anti direitos e as políticas neoliberais do presidente brasileiro. Preenchemos a a praça de maio para dizer “Bolsonaro, você não é bem vindo, fora”, porque não é você que representa os direitos humanos “, Taty Almeida arengou.

Paralelamente, a Anistia Internacional enviou uma carta a Macri para expressar uma série de “importantes preocupações de direitos humanos no país vizinho”, que a organização espera dar prioridade às suas conversações. No longo texto, recomendaram ao presidente que leve em conta que “as palavras tóxicas e a retórica já estão traduzidas em medidas concretas no Brasil”.

Nesse sentido, eles apontaram sobre decisões que “violam os direitos à verdade, justiça e reparação para as vítimas” de crimes contra a humanidade cometidos durante o regime militar, além de uma “retórica hostil dos direitos humanos” que “estimula a proliferação do discurso do ódio, polariza a sociedade e pode legitimar diferentes violações dos direitos humanos”. Eles também questionou os decretos emitidos pelo presidente para aliviar a posse e porte de armas, enquanto que “viola as garantias do direito à vida e pode contribuir para um aumento no número de homicídios no Brasil.”

Bolsonaro ficará menos de 24 horas em Buenos Aires. De acordo com a agenda, a extrema direita partirá de 6,50 de Brasília para Buenos Aires, onde chegará às 10h10. Na Casa do Governo será recebido pelo presidente Macri aos 11 anos, com o qual ele realizará uma reunião privada e, em seguida, oferecerá uma declaração conjunta à imprensa. No dia seguinte, bem cedo pela manhã, ele retornará ao Brasil.

O FIT denunciou que nessa reunião Bolsonaro “se reunirá com Macri para reforçar as políticas de repressão, ajustamento e entrega ao FMI”. “Eles são o ódio e nós temos, nós resistimos, nós continuaremos planejando a afeição e os nossos desejos. Vejo vocês na praça “, reforçada pelo coletivo feminista NUM, que organizou um espetáculo com os artistas Shirlene Oliveira, Kris Alaniz, Valdi Silva, entre outros para acompanhar a mobilização.

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