Apesar dos esforços empenhados pela Netflix em representar minorias e oprimidos em suas séries, o público não parece ser tão receptivo. Um exemplo é a excelente The get down, uma das séries mais caras produzidas pelo serviço de streaming, em que basicamente todos os personagens são negros. A série musical se passa na cena nova iorquina da década de 1970 em meio ao punk, ao hip-hop e a disco music. Malgrado a produção grandiosa, The get down teve uma das piores audiências da Netflix. Estima-se que isso se deva, quem sabe, ao racismo arraigado dos espectadores – o quão estamos acostumados a ver uma série só de personagens negros? E até onde nos identificamos com isso?
Outro bom exemplo é Luke Cage, que acaba de estrear e traz o herói “inquebrável” que já havia aparecido em Jessica Jones. Em Luke Cage, também, o universo e cultura negra norte-americana são explorados sem, contudo, haver estereotipação.
As mulheres também têm alcançado protagonismo nas séries televisivas. De decorativas e coadjuvantes, passaram a indispensáveis, tornando-se empoderadas – ou seja, ativas e atuantes enquanto cidadãs. É o caso de Claire, esposa do presidente Underwood em House of cards. A personagem foi ganhando foco e complexidade com o passar das temporadas, além da recente polêmica envolvendo o salário da atriz que a interpreta, Robin Wright, mais baixo que o de Kevin Spacey (Frank Underwood). É importante sobretudo que a arte e a cultura de massas acompanhe os movimentos sociais e os pequenos avanços que conseguimos alcançar.
A seguir uma lista de cinco séries disponíveis na Netflix sobre mulheres empoderadas
Jessica Jones
A super-heroína durona dos quadrinhos da Marvel é interpretada por Krysten Ritter, de Breaking Bad. A primeira temporada, que foi lançada em 2015, traz a saga contra o vilão Kilgrave (David Tennant, de Doctor Who), que nutre uma paixão obsessiva por Jessica, exorbitada pelo seu super poder de convencer as pessoas a fazerem o que ele manda. A segunda temporada irá ao ar em 2017 e terá todos os seus episódios dirigidos por mulheres.
Orange is the new black
Protagonizada por mulheres brancas, negras, gordas, magras, lésbicas, heteros, bis e até uma trans, a série se passa dentro de uma cadeia norteamericana. Inicialmente focada na patricinha Piper, aos poucos Oitnb passou a priorizar as demais personagens e suas respectivas histórias, abarcando tanto quanto possível o universo feminino e sua diversidade.
How to get away with murder
De Shonda Rhimes, criadora de Grey’s Anatomy, How to get away with murder é um suspense estrelado pela talentosíssima Viola Davis, no papel de Annalise Keating, uma professora e advogada bem-sucedida, sexualmente bem-resolvida e sem escrúpulos no que concerne a defesa de seus clientes. A trama gira em torno de Annalise e seus alunos mais brilhantes, que brigam entre si para cair nas boas graças da advogada.
Outlander
Após o final da segunda guerra mundial, a enfermeira Claire Beauchamp parte em segunda lua de mel com o marido para a Escócia. Subitamente, é transportada para o século XVIII. Em segredo, tenta sobreviver no meio de um clã, como “curandeira”. Vale também pelas paisagens escocesas e pelo fundo histórico.
The fall
Uma das séries mais viciantes segundo infográfico da própria Netflix, The Fall conta a história de um serial killer misógino, que escolhe suas vítimas conforme beleza e idade, e a perseguição implacável da detetive de meia-idade Stella Gibson (Gillian Anderson, de Arquivo X).