Uma pesquisa realizada pela Pulso Brasil/Ipespe mostra que dois terços da população brasileira (66%) esperam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado. O levantamento, realizado entre 20 e 25 de março, aponta que apenas 29% dos entrevistados acreditam na possibilidade de absolvição, enquanto 5% não sabem ou não responderam.
Os números foram divulgados pouco após a decisão da Primeira Turma do STF, que na quarta-feira (26) aceitou por unanimidade a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outros sete acusados. Agora, o processo segue para a fase de instrução, com a oitiva de testemunhas e a produção de provas.
A expectativa pela condenação de Bolsonaro é mais forte entre eleitores que aprovam o governo Lula: 90% desse grupo acreditam que o ex-presidente será punido, contra apenas 5% que esperam sua absolvição.
Já entre os que desaprovam a gestão petista, atualmente a maioria da população, as opiniões estão praticamente divididas: 50% apostam na condenação, enquanto 47% creem que Bolsonaro será inocentado.
A pesquisa também revela que a percepção sobre o desfecho do caso é majoritária em todos os segmentos sociais analisados, incluindo recortes por gênero, idade, escolaridade, renda e região.
Além da expectativa sobre o julgamento, o levantamento abordou as chances de Bolsonaro disputar as eleições presidenciais de 2026. Para 58% dos entrevistados, o ex-presidente não conseguirá reverter sua inelegibilidade, consequência da condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político na campanha de 2022. Por outro lado, 40% acreditam que ele poderá concorrer.
Novamente, a divisão segue linhas políticas: entre os que aprovam Lula, 86% acham que Bolsonaro permanecerá inelegível, enquanto 61% dos críticos ao governo petista apostam que ele conseguirá voltar à disputa eleitoral.
A pesquisa Pulso Brasil/Ipespe ouviu 2.500 eleitores com 16 anos ou mais entre 20 e 25 de março, por meio de entrevistas telefônicas e online. O estudo tem margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95,45%.
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