7/9: as mentiras do bolsonarismo no ato da Avenida Paulista

Atualizado em 8 de setembro de 2024 às 7:52
O ex-presidente Jair Bolsonaro durante ato na Paulista realizado no sábado, 7 de setembro – Foto: Reprodução

No sábado, 7 de Setembro, durante ato na Avenida Paulista, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados promoveram uma série de ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A manifestação, que reuniu apoiadores do ex-mandatário, foi marcada por discursos que criticaram o magistrado e pediram seu impeachment. Além disso, os políticos presentes repetiram diversas alegações, algumas já desmentidas, relacionadas às eleições e aos presos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Bolsonaro, em seu discurso, fez uma série de acusações. Ele chegou a afirmar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria se encontrado com traficantes durante uma visita ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. “O Lula se reuniu com bandidos no Alemão. Vocês sabem disso, é só procurar as informações”, disse.

A acusação surgiu após Lula ter sido visto usando um boné com a sigla “CPX”. A partir disso, passou a circular nas redes bolsonaristas a alegação de que a ação representaria apoio a organizações criminosas.

Presidente Lula usa boné com a sigla ”CPX” – Foto: Reprodução

No entanto, de acordo com a agência Lupa, do Uol, “CPX” é uma sigla amplamente usada no Rio para se referir aos complexos de favelas da capital carioca. O termo é, inclusive, utilizado por órgãos públicos, como no resumo da Lei de Diretrizes Orçamentárias do governo do Rio de Janeiro para 2023.

Outra afirmação feita por Bolsonaro foi em relação ao inquérito 1.361, da Polícia Federal (PF). Segundo ele, o processo teria sido instaurado para “me transformar em fraudador”.

Bolsonaro referia-se a uma investigação sobre um ataque hacker aos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entretanto, o inquérito não tinha relação direta com fraudes eleitorais, mas sim com a invasão aos sistemas do tribunal.

O ex-presidente também criticou o sigilo imposto sobre o inquérito, insinuando que Moraes teria sido o responsável pela decisão. “O Alexandre de Moraes colocou o processo no sigilo para esconder tudo o que está acontecendo”, afirmou.

A acusação também é incorreta. Investigações policiais, por regra, são sigilosas durante seu andamento, sem a necessidade de uma ordem judicial para tanto.

Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente e deputado federal, também subiu ao palanque e reforçou as críticas. Ele citou uma famosa frase atribuída a Edmund Burke: “Para que o mal prevaleça, basta que os bons silenciem”. Contudo, a citação frequentemente atribuída ao filósofo não tem uma fonte confirmada, sendo de autoria desconhecida.

A deputada federal Bia Kicis também fez declarações polêmicas, ao afirmar que Débora Rodrigues dos Santos, presa pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, seria inocente. Segundo Kicis, Débora “não fez nada além de se manifestar”. No entanto, a acusada foi flagrada pelas câmeras pichando a estátua da Justiça em frente ao Supremo Tribunal Federal, comprovando sua participação nos atos de vandalismo.

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