73% da população é contra garimpo em território Yanomami, diz Datafolha

A maior parte da população do Brasil rejeita a prática do garimpo ilegal em terras indígenas e acha que a atividade é a principal responsável pela morte de pessoas no território Yanomami. As informações são do novo Datafolha, divulgado nesta sexta-feira (07).

De acordo com a pesquisa, três em cada quatro brasileiros concordam que a Justiça deve punir empresários que lucram com o ouro ilegal e liberar os garimpeiros.

A opinião contrária à atividade ilegal em terras indígenas já havia sido constatada em pesquisa anterior do Datafolha. Em 2019, 86% dos brasileiros rejeitaram a permissão de mineração nos territórios, contra os 73% que discordaram da afirmação. Agora, 24% são favoráveis, 2% não sabem e 1% não concorda e nem discorda.

Entre os 75% que acham que a Justiça deve punir os empresários que lucram com o garimpo e liberar garimpeiros, 57% concordam totalmente.

A pesquisa revelou, no entanto, que ainda há certa discordância sobre o tema. 36% dos empresários acham que o governo deveria permitir atividade garimpeira em terras indígenas. Sobre o garimpo ser a principal causa de mortes de indígenas, eles se distanciam do total, e, apenas 49% concordam com a afirmação (no geral, 70% concordam).

65% dos que votaram em Bolsonaro no primeiro grupo discordam da afirmação de que o “governo deveria permitir o garimpo em terras indígenas”, número que sobe para 71% com eleitores de Lula. O ex-capitão era defensor declarado do garimpo. Lula, por outro lado, desde o início de seu mandato, se declarou contra as atividades ilegais que tanto prejudicam os nativos.

O estudo foi realizado com base nos três primeiros meses do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O levantamento ouviu 2.028 pessoas de 126 municípios com mais de 16 anos nos dias 29 e 30 de março deste ano. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

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