8 de janeiro: PF avança em apuração sobre ação infiltrada de ‘kids pretos’ nos atos terroristas

Atualizado em 4 de outubro de 2023 às 6:48
Manifestante carrega gradil no teto do Congresso Nacional durante atos golpistas promovidos por bolsonaristas em 8 de janeiro — Foto: Cristiano Mariz/O Globo

A investigação da Polícia Federal (PF) sobre os eventos ocorridos em 8 de janeiro avança na coleta de provas que sugerem a participação dos “kids pretos,” membros das Forças Especiais do Exército, em ações de incentivo e facilitação da invasão das instalações dos Três Poderes, em Brasília.

De acordo com fontes ligadas à apuração, imagens das câmeras de segurança na Esplanada e depoimentos de manifestantes indicam que os “kids pretos” estavam estrategicamente posicionados na Praça dos Três Poderes durante os eventos tumultuados daquele dia. A informação foi divulgada pela colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

No decorrer da investigação, a Polícia Federal coletou depoimentos e evidências que sugerem que esses militares podem ter liderado a invasão do Congresso Nacional, abrindo passagens no teto do edifício e orientando outros manifestantes.

Bolsonaro e o general Mario Fernandes, um dos kids pretos, que foi para seu governo depois de ir para reserva – Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República

O mesmo método foi observado na invasão do Palácio do Planalto, onde os “kids pretos” utilizaram gradis para facilitar o acesso à entrada principal do palácio. Nos depoimentos, vários dos golpistas presos por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) mencionaram a presença desses indivíduos no meio da multidão e disseram ter sido orientados sobre o rumo a tomar.

Atualmente, a PF enfrenta o desafio de identificar com precisão os indivíduos envolvidos e determinar o grau de participação de cada um nas invasões, com base em imagens e depoimentos.

Alguns dos “kids pretos” já identificados incluem o general da reserva Ridauto Fernandes, alvo de busca e apreensão recentemente, conhecido por seu apoio a intervenções militares e defesa da ditadura militar.

O general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes. Foto: reprodução

Vale destacar que vários outros “kids pretos” ocuparam cargos de destaque no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), totalizando pelo menos 26, de acordo com a revista Piauí. O próprio Bolsonaro tentou ingressar nessa tropa durante sua carreira militar, chegando a completar a primeira etapa de treinamento como paraquedista.

Um deles foi o general Luiz Eduardo Ramos, que comandou a Casa Civil e a Secretaria-Geral da Presidência, além da de Governo, e por Eduardo Pazuello, que comandou a Saúde durante o período mais crítico da pandemia. Além disso, o tenente-coronel Mauro Cid também era membro das Forças Especiais.

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Yurick Luz
Yurick Luz, 24 anos, é redator no DCM desde 2022. Amante do futebol, são-paulino e entusiasta do mundo automotivo.