8 etapas e fim só em janeiro: entenda o plano de militares para fiscalização das urnas

Atualizado em 21 de outubro de 2022 às 13:45
Fiscalização das urnas pelas Forças Armadas
Foto: Divulgação

O trabalho de fiscalização do processo eleitoral realizado pelas Forças Armadas está divido em oito etapas e prevê que a última delas, que envolve a “coleta e análise de artefatos relacionados às urnas”, aconteça em até dois meses após as eleições, com término previsto para 5 de janeiro de 2023, segundo o jornal Folha de S.Paulo.

No plano de trabalho produzido pelas Forças Armadas, o qual a Folha teve acesso, militares afirmam que, após a eleição, há novas oportunidades de análise de dados que podem dar “subsídio para identificar anomalias” no processo eleitoral. O documento é assinado pelo coronel Marcelo Nogueira, chefe da equipe de fiscalização do sistema eleitoral das Forças Armadas.

Conforme o plano, a última etapa será feita por militares especializados em processamento e análise de dados, mediante uma consulta aos comandos da Marinha, Exército e Aeronáutica.

Eles analisarão uma série de conjuntos de dados fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com destaque para a comparação dos Boletins de Urna com os Registros Digitais de Voto (RDV), mecanismo que permite recuperar voto por voto para uma recontagem eletrônica. A soma dos votos deve ser sempre igual aos dados do Boletim de Urna.

Esse mecanismo é disponibilizado pelo TSE às entidades fiscalizadoras. Com isso, os militares pretendem checar se os votos registrados nos Boletins de Urna são os mesmos computados no RDV. As Forças Armadas também querem analisar os logs das urnas, examinar os arquivos de imagem dos Boletins de Urna e conferir os arquivos de dados de votação por seção eleitoral, entre outros pontos.

O TSE afirmou, em nota, que todos os dados necessários para análise das Forças Armadas são disponibilizados às entidades fiscalizadoras, de acordo com a resolução do tribunal.

No documento, os militares destacam ainda que a checagem paralela dos Boletins de Urna estava prevista para ser realizada e finalizada no dia da eleição. Esta era a sétima etapa de fiscalização do pleito. O plano inicial das Forças Armadas previa analisar 385 Boletins de Urna, no entanto, os militares decidiram aumentar a amostra para cerca de 500 boletins.

Segundo o plano de trabalho, o objetivo era validar a base de dados da totalização, realizando “a coleta, por amostragem, de Boletim de Urna, para depois realizar a totalização utilizando as informações completas da base de dados do TSE”.

A etapa foi efetuada da seguinte forma: militares de 153 municípios foram convocados para ir a seções eleitorais após o fim da votação para tirar fotos dos Boletins de Urna e enviarem os arquivos para uma equipe de técnicos das Forças Armadas, em Brasília, que fez a conferência dos dados.

No segundo turno, será feita a mesma checagem da totalização dos votos. No primeiro turno, não foram encontradas divergências com os dados do TSE, segundo militares.

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