Greve de motoristas afeta 15 empresas de ônibus de SP e rodízio é suspenso

Atualizado em 14 de junho de 2022 às 8:13
Greve de ônibus
Greve de motoristas e cobradores em SP
Foto por: Nelson Antoine/ESTADÃO

O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SindMotoristas) recusou a proposta do sindicato patronal, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss), de reajuste salarial oferecida pelas empresas do setor de 12,47% a partir de outubro. Motoristas e cobradores de ônibus da cidade de São Paulo entraram, então, em greve nesta terça-feira (14).

A categoria reivindica que o aumento seja retroativo a partir de maio e também pede que o mesmo reajuste seja aplicado ao vale-refeição e à Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A decisão pela greve ocorreu após audiência de conciliação entre o sindicato dos motoristas e o sindicato patronal, realizada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na tarde desta segunda-feira (13/06), acabar sem acordo, o que levou a Prefeitura de SP de suspender o rodízio municipal de veículos.

De acordo com o TRT, o sindicato precisa cumprir uma decisão liminar que determina a operação de 80% da frota de ônibus nos horários de pico, que vão das 6h às 9h e das 16h às 19h, e pelo menos 60% nos demais horários, que em caso de descumprimento, haverá multa diária de R$ 50 mil.

Durante a madrugada, 46 linhas do noturno, do total de 150, operaram. Segundo a SPTrans, às 5h, a operação ocorria conforme o previsto para o horário em 24 das 40 garagens do sistema. Por isso, usuários enfrentam transtornos desde as primeiras horas da manhã. Muitos tiveram que avisar nos respectivos trabalhos sobre a impossibilidade de chegar. O julgamento do dissídio da greve deve ocorrer em reunião mediada pelo TRT nesta quarta-feira (15), às 15h.

Em nota, Valmir Santana da Paz, presidente do SindMotoristas, disse que a categoria rejeitou a proposta patronal porque o reajuste não repõe as perdas causadas pela inflação.

“A princípio o setor patronal insistiu em oferecer apenas 10% de reajuste, e ainda de modo parcelado. Agora, ofereceram os 12,47%, mas apenas a partir de outubro, o que é inadmissível. Sem o merecido reconhecimento, motoristas, cobradores e profissionais da manutenção cruzarão os braços nesta terça”, disse o presidente do sindicato.

Já o sindicato das empresas do setor declarou, também em nota, que “não tem proposta patronal nesse sentido”. “Não houve acordo na reunião de hoje, no TRT. O sindicato patronal, o SPUrbanuss, ofereceu 12,47% de reajuste nos salários e tíquete refeição, a partir de outubro. Eles querem a partir de maio, data-base. Também insistem no PLR e 100% hora extra. Não há proposta patronal nesse sentido. Ficou marcado o julgamento do dissídio para quarta-feira, com o juiz mantendo a liminar já dada à SPTrans de 80% da frota operando nos horários de pico, em caso de paralisação”, disse.

Veja abaixo a relação de empresas com a operação paralisada em suas garagens:

Santa Brígida (zona norte);
• Gato Preto (zona norte);
• Sambaíba (zona norte);
• Express (zona leste);
• Viação Metrópole (zona leste);
• Ambiental (zona leste);
• Via Sudeste (zona sudeste);
• Campo Belo (zona sul);
• Viação Grajaú (zona sul);
• Gatusa (zona sul);
• KBPX (zona sul);
• MobiBrasil (zona sul);
• Viação Metrópole (zona sul);
• Transppass (zona oeste); e
• Gato Preto (zona oeste).

Relação das empresas que estão operando normalmente:

• Norte Buss (zona norte);
• Spencer (zona norte);
• Transunião (zona leste);
• UPBUS (zona leste);
• Pêssego (zona leste);
• Allibus (zona leste);
• Transunião (zona sudeste);
• MoveBuss (zona leste);
• A2 Transportes (zona sul);
• Transwolff (zona sul);
• Transcap (zona oeste); e
• Alfa Rodobus (zona oeste).

Clique aqui para se inscrever no curso do DCM em parceria com o Instituto Cultiva

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link