Demitido da Caixa, Pedro Guimarães é genro de Léo Pinheiro, delator do triplex

Atualizado em 29 de junho de 2022 às 21:55
Pedro Guimarães com a mulher, Manuella, e Joise Hasselmann numa festa em SP

Em sua primeira e última aparição oficial como presidente da Caixa após as denúncias de assédio de sexual, Pedro Duarte Guimarães agradeceu a presença da esposa. 

No lançamento do Plano Safra 2022/23 nesta quarta, 29, homenageou Manuella Pinheiro Guimarães sem citar seu nome.

“Quero agradecer a presença de todos vocês, da minha esposa. São quase vinte anos juntos, dois filhos e uma vida inteira pautada pela ética. Tanto é verdade que, quando eu assumi o banco, ele tinha os piores ratings das estatais”, falou. 

“Foram dez anos de balanços com ressalvas. E hoje a gente é um exemplo. Então tenho orgulho do trabalho de todos vocês e da maneira como eu sempre me pautei em toda a minha vida”.

Manuella é filha do empreiteiro Léo Pinheiro, ex-executivo da OAS, condenado por pagar propinas em troca de favorecimentos para a empresa. Léo teve a pena reduzida após assinar um acordo de delação premiada em que acusou Lula de ser o “proprietário oculto” do triplex do Guarujá.

O último cargo de Pedro no âmbito privado foi o comando do banco de investimentos Brasil Plural, com forte presença na área de petróleo e no setor imobiliário, em que o sogro nadava de braçada. 

O doleiro Lúcio Funaro mencionou o Brasil Plural como parte de um suposto esquema envolvendo a J&F, de Joesley e Wesley Batista, que teria trazido prejuízos financeiros ao Funcef, fundo de pensão que gere a aposentadoria dos funcionários da Caixa Econômica e que era acionista da Eldorado Celulose, da J&F. 

O imbróglio era investigado na operação Greenfield. O Brasil Plural negou irregularidades e afirmou que colaborava com as investigações. Os servidores da Caixa identificaram conflito de interesses na nomeação de Guimarães.

“Pedro Maluco”, como era chamado, chegou a ser cotado para vice de Bolsonaro, cujo saco puxava com atitudes imbecis como forçar funcionários a fazer flexões e a repetição de jargões nacionalistas.

Sempre evitou a figura de Léo Pinheiro, especialmente após a prisão pela PF na Lava Jato. Achava que ele lhe queimava o filme.

Léo Pinheiro deve estar rindo à toa. Os domingos em família ficarão muito mais divertidos.