
Segundo a pesquisa Genial/Quaest, 93% dos eleitores de Jair Bolsonaro aprovaram a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em mais de 120 mortes no Rio de Janeiro. Esse índice é o mais alto entre todos os grupos políticos consultados.
Entre os eleitores de direita que não se declaram bolsonaristas, o apoio também foi expressivo, de 92%. Já entre os que se dizem independentes, o número caiu para 61%. No outro extremo, apenas 41% dos eleitores de Lula aprovaram a ação, enquanto 59% a reprovaram.
O levantamento aponta ainda que homens tendem a apoiar mais a operação (79%) do que as mulheres (51%). A pesquisa mostra, assim, que o massacre teve aprovação majoritária entre o eleitorado conservador e masculinizado, reforçando a clivagem ideológica e de gênero em torno da política de segurança pública no Rio.

Mesmo com a aprovação ampla, 52% dos entrevistados afirmaram se sentir menos seguros após a operação, e 74% disseram temer uma reação do tráfico. Outros 84% definiram o Rio de Janeiro como um “cenário de guerra”. O contraste revela uma aprovação baseada mais em apoio simbólico à “força policial” do que em sensação real de segurança.
Quanto à continuidade de ações semelhantes, 73% dos entrevistados defenderam que a polícia mantenha operações em comunidades, enquanto 22% foram contrários. Questionados sobre a forma de atuação policial, 50% disseram que os agentes deveriam tentar prender os suspeitos sem atirar, e 45% defenderam o uso imediato da força letal.
O levantamento ouviu 1.500 pessoas em 40 municípios fluminenses entre 29 e 31 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%. O resultado confirma o peso da pauta da segurança pública no estado e a divisão política sobre a legitimidade das ações policiais de grande escala.