Hacker diz que Forças Armadas usaram suas “explicações” para criar relatório sobre eleições

Atualizado em 2 de agosto de 2023 às 13:55
O hacker Walter Delgatti Neto. Foto: Reprodução

O hacker Walter Delgatti afirmou em depoimento à Polícia Federal que o relatório das Forças Armadas sobre o processo eleitoral de 2022 foi baseado em suas “explicações”. O documento foi encaminhado pelo Ministério da Defesa ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 9 de novembro.

“O declarante não poderia ir até lá, sendo que tudo que foi colocado no Relatório das Forças Armadas foi com base em explicações do declarante”, diz relatório da PF sobre o depoimento de Delgatti. A revelação ocorreu depois de o hacker relatar que o ex-presidente Jair Bolsonaro perguntou se ele “conseguiria invadir a urna eletrônica”.

A auditoria feita pelos militares não identificou qualquer fraude na disputa de 2022, mas o documento levantou uma série de especulações e fez recomendações ao tribunal. “Não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código malicioso que possa alterar o seu funcionamento”, diz o relatório.

O Ministério da Defesa, então chefiado pelo general Paulo Sérgio Oliveira, afirmou que técnicos militares fizeram uma fiscalização paralela nas eleições presidenciais e que ela “não excluiu a possibilidade de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas”.

Delgatti foi preso nesta quarta (2) pela Polícia Federal. Ele ficou famoso após a Vaza Jato, que acessou mensagens do Telegram de procuradores da operação Lava Jato. O hacker já havia sido detido em 2019, durante a Operação Spoofing, por “organização criminosa que praticava crimes cibernéticos”.

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Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.