Como os avanços científicos no futebol prejudicam as mulheres, segundo estudo

Atualizado em 2 de agosto de 2023 às 15:52
Jogadora da seleção brasileira na Copa do Mundo feminina. Foto: Roberto Cianflone/Getty Images

Os avanços científicos no esporte têm prejudicado a prática entre mulheres, segundo estudo inglês. Apesar da ascensão do futebol feminino em 2022, a tecnologia tem ignorado as particularidades dos corpos femininos. Um dos problemas encontrados por pesquisadoras é o design de uniformes e chuteiras, por exemplo.

Segundo artigo publicado na revista científica Sports Engineering, os itens são modelados para homens e não recebem as adaptações necessárias para o corpo feminino. “Os homens são a norma estabelecida. Eles são a norma nos esportes e na pesquisa médica”, diz Katrine Okholm Kryger, uma das autoras do estudo.

Segundo ela, faltam estudos direcionados a mulheres que mostrariam, por exemplo, que bermudas de cores claras não são essenciais a jogadoras por conta do ciclo menstrual. “É algo tão fácil de consertar. Não precisa de nenhuma engenharia; é apenas uma mudança de cor”, prossegue Katrine.

O estudo aponta que 44% das atletas sentem dores na região do peito durante a prática esportiva já que são obrigadas a usar sutiãs durante as partidas. O artigo avalia que modelos de melhor qualidade são caros e há poucos estudos para desenvolver a peça.

Outro ponto destacado pelo estudo são as chuteiras, que são modeladas para homens e podem causar lesões e deformações em mulheres. O pé feminino costuma ser menor e ter menos volume, o que gera um encaixe ruim dos calçados masculino.

As autoras do artigo apontam que o estudo tem objetivo de compartilhar “reivindicações” para o “mundo do futebol feminino” e aborda outros problemas mais básicos, como a qualidade dos gramados e as bolas usadas no esporte.

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Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.