
E-mails apontam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve pelo menos três reuniões secretas com comandantes militares nos dias seguintes à derrota nas urnas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os encontros aconteceram no Palácio da Alvorada, em Brasília, e foram omitidos das agendas de Bolsonaro e dos chefes das três Forças Armadas. Os registros foram enviados à CPMI do 8 de Janeiro e obtidos pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.
O primeiro encontro no Alvorada aconteceu na manhã de 1º de novembro, dois dias após a vitória de Lula no segundo turno das eleições. As reuniões constam de registros eletrônicos feitos pelo ex-ajudante de ordens Jonathas Diniz Vieira Coelho.
A mensagem citou “Comandantes de Força”, ou seja, general Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército; almirante Garnier Santos, comandante da Marinha; e tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, comandante da Aeronáutica.

Além do general Walter Braga Netto, vice na chapa de Bolsonaro, também participaram do encontro três ministros: general Paulo Sérgio Nogueira, da Defesa; Anderson Torres, da Justiça; e Bruno Bianco, da Advocacia-Geral da União (AGU).
No dia seguinte, no dia 2 de novembro, feriado de Finados, a agenda de Bolsonaro mostrou uma reunião das 15h30 às 17h15. Os participantes: general Freire Gomes, comandante do Exército; almirante Garnier Santos, comandante da Marinha; e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Na ocasião, a agenda pública de Bolsonaro ficou vazia.
Em 14 de novembro, outra reunião no Alvorada foi omitida da agenda do excapitão, que ficou livre durante a tarde. A agenda reservada citou novamente “Comandantes de Força”, além dos ministros da Defesa, Justiça, AGU, Controladoria-Geral da União, Braga Netto e o almirante Flávio Rocha, secretário especial da Presidência.