Militares de alta patente entram na mira da CPI após depoimento de hacker Delgatti

Atualizado em 17 de agosto de 2023 às 20:26
Walter Delgatti Neto na CPMI do 8 de Janeiro. Foto: Reprodução

O hacker Walter Delgatti Neto depôs à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos do 8 de janeiro, nesta quinta-feira (17), e relatou a participação de militares na trama para fraudar as urnas eletrônicas.

Ele afirmou que atuou junto ao Ministério da Defesa para corromper as urnas a pedido do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Portanto, há possibilidade da investigação avançar sobre os comandantes das Forças Armadas.

Delgatti disse ainda que fez cinco reuniões com as equipes do Ministério da Defesa para discutir o relatório, nas quais técnicos de tecnologia da informação da pasta usavam nomes falsos como “carro” e “ônibus” durante as conversas.

“A ideia do ministro [general do Exército Paulo Sérgio Nogueira] era que eu mostrasse que não é segura, que é vulnerável a urna. O relatório foi feito nesse sentido, de não comprovar a lisura. [Comprovar] a fragilidade”, destacou o hacker.

A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), usou a redes sociais para afirmar que a comissão não poupará “ninguém, inclusive, aqueles que se esconderam na farda para cometer atos golpistas. De recruta a general, ninguém será poupado”.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também se manifestou e disse que as falas deram força para avançar nas investigações sobre os antigos comandantes das Forças Armadas, da gestão Bolsonaro. O senador Veneziano Vital do Rego (MDB-PB) considerou “extremamente comprometedor” o depoimento.

Já o deputado Rogério Correia (PT-MG) disse que “as falas do Delgatti nos direcionam para a cúpula militar contaminada por Bolsonaro e suas conspirações golpistas pelo poder”.

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