O estranho caso de homofobia explícita de um ex-candidato do PSOL do RS

Atualizado em 10 de março de 2015 às 17:35
Luigi Matté
Luigi Matté

 

Um post do gaúcho Luigi Matté, ex-candidato a deputado federal pelo PSOL, está circulando nas redes sociais desde que foi publicado no último dia 7 de março.

Matté, que se diz palestrante motivacional e posa no perfil do Facebook ao lado de um livro de autoajuda de sua autoria, comentou a agressão ao filho de um casal gay em São Paulo. O garoto, depois de passar dias em coma, morreu hoje.

“Já disse aqui, que é pra comunidade gay recuar e parar de querer enfiar goela abaixo direitos que pertencem aos héteros, do contrário, vai virar uma chacina.”

E continua:

“Sou contra esta violência e intolerância, mas, a se a comunidade quer respeito, tem que respeitar e, filho (a), é coisa de homem e mulher, pronto, ponto.”

Desde a publicação, sua página no Facebook é alvo de críticas e acusações de homofobia. Matté, naturalmente, pediu respeito. O gaúcho mostrou que tem grande dificuldade não só no emprego das vírgulas mas também de entender por que internautas estão indignados com ele.

“Portanto, se querem tanto respeito ao que defendem, respeitem o que defendo, se não estão satisfeitos, saiam da minha página, porque quem não respeita a minha opinião, não merece meu respeito e não fará falta alguma no meu hol (sic) de amizades.”

Depois do desabafo, ele rasga a fantasia.

“Pra deixar ainda mais claro sobre que eu sou: – contra o aborto; – contra a adoção de crianças por homossexuais; – a favor da menor idade penal, isto, só pra começar”

Ele teve 356 votos para deputado federal, que deram a ele a posição de número 250 entre os 300 candidatos do último pleito. Não foi eleito. O ex-candidato do PSOL tem 55 anos e é divorciado, de acordo com a página do TSE.

Em seu blog, que é daqueles que ainda tocam música, Matté publica denúncias contra o prefeito da cidade de Estância Velha/RS.

Mas é no Facebook que Matté brilha mais. Entre um post e outro sobre o casamento gay, afirma que o Papa usa uma coroa em que está gravado secretamente o número 666, o número da besta.

Ou coisas assim:

“O povo é tão corruptível ou corrupto mesmo, que a maioria não tem moral pra ficar apontando o dedo pros caras que eles mesmos colocaram no poder, para, de alguma forma, se favorecer.”

Personagem bastante curioso, Matté se posiciona contra a manifestação do dia 15 de março, considera o impeachment de Dilma um golpe e acha que tal movimento é “orquestração sórdida da elite corrupta e podre”. Publica imagens acusando Aécio Neves de nepotismo, corrupção e envolvimento com o tráfico de drogas.

Estes parecem ser os únicos pontos de interseção entre a agenda do ex-candidato e aquela defendida por seu partido, o PSOL. Luciana Genro tornou-se conhecida por defender direitos iguais aos homossexuais, ser a favor do aborto e outras bandeiras progressistas.

Quanto mais escreve, mais ele se complica. No último post comentando a polêmica que criou, Matté se perde ainda mais entre vírgulas e ideias paranoicas.

“Uns posts meus, geraram muita polêmica, xingamentos e até palavras de baixo calão, proferidas por pessoas que não conheço, não fazem parte na minha página e, pude perceber, que a palavra homofobia, numa orquestração midiática, da própria comunidade gay, é que está de fato promovendo a homofobia, afinal, héteros não podem mais se pronunciar e expressar suas opiniões”

O fecho é apoteótico.

“Na verdade, estou alertando, só não entendem os retardados e se estou alertando(…) Aliás, porque (sic) eles não dizem que a promiscuidade entre gays é fator de u alto índice de mortes entres eles mesmos por crimes passionais e outros?