Mauro Cid afunda na mesma trincheira: é homem das Forças Armadas, e não de Bolsonaro. Por Moisés Mendes

Atualizado em 24 de agosto de 2023 às 19:17
Mauro Cid na CPI da Câmara Distrital do DF, ao lado de Chico Vigilante. Reprodução

O coronel Mauro Cid reapareceu de novo fardado e com a mesma tática, desta vez na CPI dos atos antidemocráticos da Câmara Distrital em Brasília.

O roteiro é o mesmo, com o mesmo texto lido no Congresso na sessão de 11 de julho da CPI do Golpe, com mudanças em detalhes. Sua função ao lado de Bolsonaro era o cumprimento de uma missão militar.

Cid destaca mais uma vez que havia se transformado em ajudante de ordens por escolha exclusiva dos generais, e não de Bolsonaro.

Leu o texto e disse que a partir dali ficaria calado. Esse é o trecho em que ele diz que era homem dos generais. Vale a pena repetir, mesmo que reproduza o que já havia dito em julho:

“Neste ponto, é importante destacar que essa função é exclusivamente de natureza militar, conforme regulamentação do decreto 10.374, de 2020. Ademais, a minha nomeação jamais teve ingerência política. Para conhecimento de vossas excelências, o ajudante de ordens é a única função de assessoria próxima ao presidente que não é objeto da sua própria escolha, sendo de responsabilidade das Forças Armadas selecionarem e designarem os militares que a desempenharão”.

Mauro Cid e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

É importante que o trecho seja republicado, porque Mauro Cid se esforça para repetir os recados, o que demonstra que os novos advogados de defesa manterão a estratégia de vinculá-lo mais ao Exército do que a Bolsonaro.

Cid está gritando de novo que era um militar em função militar, dentro do governo, e por escolha e designação dos seus superiores.

E que apenas prestava assessoria direta ao presidente da República. Com o detalhe de que nunca testemunhava reuniões de Bolsonaro com quem o visitava no palácio.

A síntese continua a mesma, se é que precisa ser repetida: fui empurrado para o trabalho de mandalete pelos militares, mas fui sempre apenas um mandalete que cumpria ordens.

Mauro Cid pede socorro aos chefes fardados que o levaram para o desastre e a humilhação de trabalhar como serviçal de Michelle.

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Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/