
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, disse que os R$ 17 milhões que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu de apoiadores via Pix podem ser bloqueados se “levantarem margem de desconfiança”. A declaração foi dada ao UOL Entrevista, nesta sexta-feira (25).
“Nós estamos recebendo agora os dados bancários e fazendo análise desses R$ 17 milhões, e aí são milhões de transações. Ou seja, há possibilidade legal do bloqueio, sim, se houver qualquer suspeição de que não sejam transações normais, que levantem alguma margem de desconfiança”, afirmou o diretor-geral da PF.
Entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho deste ano, Bolsonaro recebeu R$ 17,1 milhões em suas contas por meio de doações. A informação foi registrada em relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Apoiadores do ex-presidente realizaram uma vaquinha para pagar multas processuais de Bolsonaro sob a justificativa de que ele seria vítima de “assédio judicial” e que precisa de ajuda para quitar “diversas multas em processos absurdos”.
Na entrevista, Andrei também revelou que foi informado pelo setor de inteligência da corporação, no dia anterior ao 8 de janeiro, sobre o risco de que golpistas invadissem os prédios dos Três Poderes, em Brasília.
“O 8 de janeiro começou bem antes. […] Eu sou diretor de uma polícia judiciária. Nosso papel foi fielmente cumprido porque eu recebi informações da minha área de inteligência, de nenhuma outra agência, mas da minha área de inteligência”, contou.
“E estive lá na Secretaria de Segurança [do Distrito Federal] no dia 7 de janeiro, reunido com o secretário de Segurança, com a cúpula das instituições, e oficiei, dentro do sistema, no dia 7 de janeiro, dizendo: ‘Olha, essas pessoas não podem sair do acampamento porque eles vão depredar o Supremo [Tribunal Federal], Congresso [Nacional] e o [Palácio do] Planalto’. Isso está no dia 7, escrito. Véspera, portanto, do quebra-quebra. O ministro Flávio Dino recebeu o meu ofício, ele é o meu chefe a quem eu direcionei, e encaminhou imediatamente e comunicou o governador”, acrescentou.
O diretor-geral da PF ainda relatou ter feito o alerta ao órgão competente do Distrito Federal. “Fiz esse alerta, fui na secretaria, fiz essa solicitação e, infelizmente, o que se viu foi a Polícia Militar [do Distrito Federal] escoltando criminosos para fazerem o que fizeram”, declarou.
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