Diretor-geral da PF diz que há possibilidade de Bolsonaro ser preso

Atualizado em 26 de agosto de 2023 às 0:08
Ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Joe Raedle/AFP

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, afirmou nesta sexta-feira (25) que há possibilidade, caso os “requisitos legais” forem atendidos com provas concretas, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ser preso.

Em entrevista ao UOL, Andrei reforçou que a corporação atua com provas concretas e com base na lei. “O que a equipe tem de se pautar é na responsabilidade e na qualidade da prova. Deve se pautar pelo que está na lei e pelo que está apurando”, afirmou.

“Se nessa condição de elementos se chegar a essa conclusão [pela prisão], se os requisitos legais são atendidos, esse é um caminhão possível, e aqui falo hipoteticamente”, declarou.

Diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues. Foto: Diego Vara

O diretor-geral da PF afirmou que há indícios contra o ex-presidente. “Temos visto várias provas que são tornadas públicas pelo ministro relator [Alexandre de Moraes], onde a gente identifica vários elementos que podem apontar neste caminho”, disse.

Segundo Andrei, Bolsonaro poderá ter o passaporte apreendido se a medida for necessária para manter as investigações. O chefe da PF ainda disse que a corporação investiga a possível participação do ex-mandatário nos atos golpistas de 8 de janeiro.

“Nosso trabalho procura desvendar todo esse cenário. O que a gente tem visto é que há a conexão entre todos esses elementos. O próprio questionamento de integridade do sistema eleitoral, o ataque às instituições brasileiras, ao Poder Judiciário, a interferência na instituição como por exemplo me parece que houve na Polícia Federal. Tudo isso se conecta e o que a gente vê nessa investigação é que há uma conexão, os atores se repetem”, afirmou.

Sobre a “vaquinha” milionária que Bolsonaro recebeu de apoiadores, Andrei indicou que o montante pode ser bloqueado se “levantarem margem de desconfiança”. “Nós estamos recebendo agora os dados bancários e fazendo análise desses R$ 17 milhões — e aí são milhões de transações. Ou seja, há possibilidade legal do bloqueio, sim, se houver qualquer suspeição de que não sejam transações normais, que levantem alguma margem de desconfiança”, disse.

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