Cid tratava todos os presentes de Bolsonaro como “personalíssimos”, diz ex-funcionário do Planalto

Atualizado em 5 de setembro de 2023 às 13:29
Mauro Cid e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, classificava todos os presentes recebidos pelo governo como itens personalíssimos, segundo o ex-chefe do Gabinete de Documentação Histórica da Presidência da República Marcelo da Silva Vieira. Ele afirma que o tenente-coronel tratava todos os objetos como se fossem de propriedade privada do ex-presidente.

“O Cid já chegava dizendo que aquilo era personalíssimo. E eu falava assim: ’pelo amor de Deus, isso não é personalismo. Passei quatro anos explicando isso para ele. E ele continuou. eu não sei se ele não entendia ou se entrava por um ouvido e saía pelo outro”, afirma em entrevista à GloboNews.

Vieira diz que Cid “tinha a interpretação dele” sobre o que era personalíssimo ou não. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), itens personalíssimos são aqueles que o presidente pode usar enquanto está no cargo e levar consigo quando deixar a presidência.

Em geral, esses objetos têm menor valor ou são itens de consumo, como roupas, alimentos e perfumes. Bolsonaro incorporou um relógio Rolex e outras joias recebidas de presente em seu acervo pessoal, mas eles deveriam ter sido enviados à União.

O ex-chefe do gabinete diz que Cid “era um dos responsáveis por receber os presentes que o presidente ganhava” e que sempre teve “conversas estritamente profissionais e técnicas” com ele. Vieira ainda relata que o então ajudante de ordens “sempre ligava” para questionar a natureza do item recebido.

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