“Bastaria um soldado avisar que deveríamos sair”, diz a golpista Ana Priscila à CPI dos Atos Antidemocráticos

Atualizado em 28 de setembro de 2023 às 12:38
A bolsonarista Ana Priscila na CPI dos Atos Antidemocráticos no DF

A fascista Ana Priscila Silva de Azevedo, uma das líderes do acampamento em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, defendeu-se na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa (CLDF), rejeitando o rótulo de golpista e reafirmando seu “patriotismo”.

Presa desde 10 de janeiro em Luziânia, ela mantém-se detida na Penitenciária do DF, conhecida como Colmeia.

Ana Priscila afirmou ter se unido aos manifestantes por compartilharem ideias semelhantes. Ela implicou diretamente o Exército na tentativa de golpe. As investigações apontam-na como uma das organizadoras da invasão e administradora de um grupo no Telegram chamado “A queda da Babilônia” com mais de 35 mil membros.

“Os acampamentos ficaram montados por tanto tempo e por todo o país sem ninguém falar nada em sentido contrário. Por isso, ousamos pensar que éramos bem-vindos. Bastaria um soldado raso nos avisar que deveríamos sair que teríamos ido embora”, falou.

“Em momento algum pensei que ser patriota pudesse ser sinônimo de golpista, e passasse a ser considerado um tipo penal. Pensava eu que a democracia me permitisse o direito ao livre pensamento, onde eu pudesse ir aonde e me encontrasse com quer que fosse”.

Em seu depoimento, ela criticou a inação da Polícia Militar do Distrito Federal durante os ataques e relatou inconsistências nas barreiras policiais após o início das depredações. Comparou a presença policial na manifestação de 7 de setembro de 2021, destacando a presença robusta da Tropa de Choque, com barricadas de concreto, e questionou sua própria prisão.

“O que eu vi no dia 8 foi uma polícia inerte, que não fez absolutamente. Sou nascida e criada em Brasília, já participei de inúmeros atos e nunca vi a praça dos Três Poderes desguarnecida. Não tinha contingente policial nenhum. A policia estava inerte. As viaturas, os policias, todos eles parados”, afirmou.

Durante a CPI, Ana Priscila alegou que a intenção do grupo não era um golpe de Estado, mas buscar transparência nas eleições de 2022, com as Forças Armadas agindo como um validador, similar ao VAR no futebol. Pode rir.

Ela ainda ressaltou que os acampamentos nunca foram desencorajados pelo Exército e que teriam se retirado se fossem instruídos.

Ana Priscila negou ser “infiltrada”: “Sou conservadora, cristã, patriota. Convicta”.