
Em uma entrevista concedida ao programa “Conversa com Bial” da TV Globo, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, abordou as diferenças em suas interações com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante a entrevista, Campos Neto comparou suas conversas com Lula às reuniões que costumava ter com Bolsonaro. Ele enfatizou que o petista demonstra uma maior disposição para ouvir e paciência durante as conversas, em contraste com o ex-capitão, a quem ele descreveu como alguém “disperso”.
“O Lula dedica mais tempo para realmente ouvir o que você tem a dizer. Ele investe mais tempo e demonstra uma paciência maior durante as conversas. Bolsonaro era mais direto. Eu sempre soube que, quando conversava com Bolsonaro, tinha apenas três minutos para transmitir minhas ideias. Depois desse período, a comunicação se tornava mais desafiadora, pois ele ficava menos focado”, afirmou Campos Neto.
A entrevista, que durou uma hora e meia, representou o primeiro encontro entre Campos Neto e Lula neste ano, após um período marcado por críticas do presidente e seus aliados à atuação do Banco Central. Anteriormente, houve um encontro no final de 2022, durante o período de transição de governo.
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, descobrindo a diferença entre um estadista e um filhote da ditadura. pic.twitter.com/G0nAZQHczc
— Lázaro Rosa ?? (@lazarorosa25) October 3, 2023
A avaliação de Campos Neto foi considerada “diplomática” pelo apresentador Pedro Bial, que a caracterizou como um elogio ao presidente Lula e um reconhecimento menos efusivo a Bolsonaro.
O líder da autarquia monetária também ressaltou a importância da autonomia institucional defendida pelo governo anterior e observou que não tinha uma relação “tão próxima” com Bolsonaro.
Roberto Campos Neto assumiu a presidência do Banco Central em 2019, e dois anos depois, a autonomia operacional da instituição foi regulamentada. Ele permanecerá no cargo até 31 de dezembro de 2024.