
Nesta sexta-feira (20), o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Renato dos Santos Mariano, foi alvo de uma operação da Polícia Federal. Ele é suspeito de ter extraviado 280 kg de cocaína que havia sido apreendida em dezembro de 2020 em uma das saídas do Complexo da Maré, na zona norte da cidade.
O caso surge um dia após a prisão de quatro policiais civis e um advogado suspeitos de tráfico de 16 toneladas de maconha para o Comando Vermelho. O caso, que aconteceu em agosto deste ano, envolveu duas viaturas ostensivas da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DCFC) da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ).
Durante a Operação Déjà Vu, que investiga o envolvimento de agentes da Polícia Civil com o crime organizado, oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos, incluindo a casa de Mariano e a delegacia de Realengo, onde ele atua como delegado titular.
De acordo com as investigações, o delegado está envolvido no extravio da droga, apreendida por sua equipe da delegacia do Engenho Novo. A PF afirma que o caminhão onde a cocaína estava já era monitorado, e a quantidade de droga era conhecida, mas a equipe do delegado frustrou os planos ao interceptar o veículo.

Durante o episódio, a Polícia Civil divulgou uma quantidade de cocaína apreendida que divergia das informações da Polícia Federal. A PF acredita que a equipe de Mariano se apropriou de parte da droga.
Além do afastamento dos cargos, Mariano e outros policiais devem usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de deixar o país. A Justiça determinou o sequestro patrimonial dos suspeitos no valor equivalente a R$ 5 milhões.
A operação conta com o apoio da Corregedoria Geral da Polícia Civil, que abriu procedimentos internos disciplinares contra os suspeitos. A investigação é um desdobramento da operação Turfe, realizada pela PF em fevereiro do ano passado para combater o tráfico internacional de drogas em cinco estados.