
A principal provedora de telecomunicações de Gaza, Paltel, anunciou uma interrupção total nos serviços de internet e telefone na última quarta-feira (25/10). A medida segue um bloqueio semelhante de quase 36 horas implementado por Israel de sexta-feira a domingo.
Hani Mahmoud, correspondente da Al Jazeera em Khan Younis, sul de Gaza, destacou o clima de incerteza e medo entre a população: “Este apagão é muito trágico para as pessoas daqui e uma indicação de que algo sério está acontecendo. A falta de comunicação apenas intensifica as preocupações das pessoas sobre o que vai acontecer com seus familiares e entes queridos”, disse.
“O apagão também coloca em risco o trabalho das agências humanitárias que tentam ajudar as pessoas na região, à medida que perdem contato com os membros das suas equipes. As coisas estão ficando muito difíceis”, acrescentou.
Já Marwa Fatafta, da organização global de direitos humanos Access Now, acusou Israel de usar esses apagões como uma tática de guerra. Além das interrupções, as comunicações em Gaza já enfrentam desafios devido a infraestruturas danificadas e escassez de combustível.

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, expressou preocupações ao Conselho de Segurança sobre os impactos humanitários do encerramento das comunicações. “O encerramento das telecomunicações põe em perigo a vida de civis, do pessoal da ONU e dos trabalhadores humanitários e corre o risco de agravar a crise humanitária em Gaza”, disse ela.
Durante o último apagão, o contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz militar de Israel, evitou confirmar a responsabilidade de Israel, mas reiterou a necessidade de proteger suas forças. “Fazemos o que temos que fazer”, afirmou.
Além disso, Elon Musk propôs fornecer conexão via satélite através do Starlink a Gaza. No entanto, a oferta encontrou resistência de Israel, com Shlomo Karhi, ministro das Comunicações, expressando preocupações sobre o potencial uso do serviço pelo Hamas.