PF investiga se Abin de Bolsonaro espionou petistas

Atualizado em 3 de novembro de 2023 às 14:25
PF conduz investigação para averiguar se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu dossiês sobre adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro durante o seu governo. Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) está conduzindo uma investigação para averiguar se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu dossiês sobre adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro durante o seu governo. A investigação ocorre no âmbito do inquérito que apura a suspeita de uso ilegal do software de espionagem First Mile por servidores da Abin.

A PF apura se os supostos dossiês foram produzidos a partir de dados obtidos por meio do First Mile em combinação com outras ferramentas da agência. Segundo agentes da Abin, eles tiveram conhecimento da produção de relatórios cujos alvos eram integrantes do PT e do PCdoB, incluindo um dos atuais ministros do presidente Lula.

A investigação também apura a combinação de ferramentas na Abin para a produção de dossiês, utilizando tanto dados abertos como informações obtidas pelo First Mile. O software foi utilizado sem autorização judicial para espionar membros do Judiciário, jornalistas e adversários de Bolsonaro entre 2019 e 2021. O uso desse software é considerado ilegal e levanta preocupações sobre a privacidade e a segurança dos cidadãos.

A relação entre Ramagem e Bolsonaro

Ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-diretor da diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, está sendo investigado no âmbito do inquérito das milícias digitais, que apura a existência de uma organização criminosa criada para tentar dar um golpe de Estado no Brasil. A aproximação de Ramagem com Bolsonaro ocorreu durante a eleição de 2018, e ele foi nomeado Superintendente Regional da PF no Ceará antes de assumir a Abin em julho de 2019.

Durante seu mandato na Abin, surgiram rumores sobre a existência de uma “Abin paralela” que produziria dossiês sobre adversários de Bolsonaro, uma alegação negada pelo governo na época. A investigação continua em andamento. A utilização de ferramentas de espionagem e a produção de dossiês contra opositores políticos levantam questões sobre a privacidade, a legalidade e a ética nas ações da Abin durante o governo Bolsonaro.

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