
Marcos Antonio Gomes da Silva (50) foi preso por engano por policiais militares enquanto fazia a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em escola de Recife (PE). O candidato realizava o exame quando foi chamado por uma coordenadora, que alegou que ele precisava assinar um documento.
“Eu estranhei, quando cheguei no pátio da escola, me deparei com dois policiais militares que disseram que tinham um mandado de prisão no meu nome. Entrei em estado de choque, fiquei sem entender a situação”, afirmou Marcos à TV Globo. O documento em posse dos agentes tinha o mesmo nome de Marcos e a data de nascimento, mas a identificação dos pais era diferente e o homem procurado era nascido na Paraíba.
Ele foi levado para uma delegacia e liberado na sequência. Marcos prestou queixa por danos morais, já que não teve a chance de voltar à escola e finalizar a prova do Enem. “É irreparável. A gente se prepara, tem um sonho, e, de repente, uma falha acaba com tudo”, argumenta.
Vendedor e pesquisador, o candidato estava na Escola Estadual Assis Chateaubriand, no bairro de Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife. Ele respondia a questão de número 30 do exame quando foi chamado pela coordenadora para sair da sala.
Marcos conta que não pediu para fazer a prova novamente porque não tinha condições psicológicas e emocionais após o episódio. Ele diz que não sabe se estará preparado para fazer uma possível reaplicação da prova em dezembro.
“Estou desestabilizado, foi uma situação constrangedora. Várias pessoas presenciaram a situação, e, até que se prove o contrário, as pessoas têm um olhar negativo. Espero que a Justiça tome as medidas cabíveis e que haja uma reparação”, prosseguiu.
Allan Negreiros, advogado de Marcos, afirmou que vai pedir informações à Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) sobre o episódio e que avalia entrar com uma ação na Justiça para buscar indenização por danos morais.
“Para saber de onde saiu a ordem de conduzir o senhor Marcos mesmo diante de uma dúvida sobre a sua identidade, pois ele poderia ser custodiado durante a prova e, posteriormente, levado para fazer a investigação”, aponta.