Bolsonaristas vão tentar barrar a privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) no Supremo Tribunal Federal (STF). O grupo, formado por economistas e advogados que integraram ou apoiaram o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, quer confrontar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A informação é da coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.
Uma das ideias do grupo é procurar o ministro André Mendonça para entregar informações sobre o prejuízo que a venda da estatal causaria a consumidores. O magistrado é relator de ação movida pelo PSOL e pelo PT contra a privatização da Sabesp.
“Existe uma direita preocupada com a soberania do Brasil. E a Sabesp é um ativo estratégico do país, é uma das maiores empresas do mundo na distribuição de água e também na área do saneamento básico”, diz o advogado Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro.
Ele alega que a venda da Sabesp tiraria a estatal do “monopólio público” e a entregaria ao “monopólio privado”. “Não podemos deixar a população refém de grupos empresariais que mal conhecemos”, argumenta Wajngarten.
O advogado também cita a privatização da Enel como exemplo de prejuízos que a venda da Sabesp pode gerar. Nesta semana, parte do estado ficou sem energia por mais de 50 horas após chuvas derrubarem árvores e danificarem redes de transmissão.
“Pequenos comerciantes, restaurantes, mercearias, pizzarias e padarias viram seus estoques apodrecerem em geladeiras que não funcionavam. Chefes de família que vendem no almoço para pagar a janta foram impedidos de trabalhar”, afirma.