Bolsonaristas tentam atribuir ao capitão fascista a liberação dos brasileiros em Gaza

Atualizado em 9 de novembro de 2023 às 19:31
O ex-presidente Jair Bolsonaro e Yossi Shelley, embaixador de Israel no Brasil durante seu governo e atualmente assessor do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem sido creditado e vem recebendo agradecimentos de seus apoiadores pela liberação dos brasileiros que estão em Gaza. O movimento surgiu após ele dizer que conversou com Yossi Shelley, embaixador de Israel no Brasil durante seu mandato e atualmente assessor do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e pediu a autorização para o grupo que aguarda autorização para ser resgatado.

“Conversei com o assessor especial do Benjamin Netanyahu e ex-embaixador do Brasil e pedi um apoio para a liberação dos brasileiros. Yossi me relatou que não há nenhuma medida restritiva, não há nenhum empecilho por parte do governo de Israel. Israel concordou que os brasileiros têm que sair da região, seja por Israel ou pelo Egito”, afirmou em entrevista à CNN Brasil.

Internautas “agradeceram” ao ex-presidente por uma suposta “ajuda” que a conversa teria tido na liberação de brasileiros em Gaza. A frase “Obrigado, Bolsonaro” chegou a ficar entre os assuntos mais comentados do X (antigo Twitter).

Apesar da tentativa de Bolsonaro de receber os créditos, o verdadeiro responsável pela liberação é o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, que conversou com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, para conseguir autorização aos 24 brasileiros e 12 familiares que aguardam autorização para cruzar a fronteira com o Egito.

Cohen afirmou a Vieira que os brasileiros estarão na próxima lista de estrangeiros com autorização para cruzar a fronteira e poderão deixar Gaza nesta sexta (10). As equipes da Embaixada do Brasil no Egito vão se deslocar até a passagem de Rafah, no Egito, ainda hoje para o resgate.

Foram divulgadas seis listas de estrangeiros autorizados a deixar Gaza e os brasileiros não foram incluídos em nenhuma delas. Segundo o Itamaraty, o chanceler israelense alegou a Vieira que não conseguiu liberar o grupo por fechamentos inesperados na fronteira.

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