
O Ministro da Justiça, Flávio Dino, está sob escrutínio de 45 deputados da oposição que planejam protocolar mais um pedido de impeachment na Câmara Federal. A ação foi desencadeada após duas visitas de Luciane Barbosa Farias, conhecida como a “dama do tráfico amazonense”, à pasta de Dino.
Luciane é esposa de Clemilson dos Santos Farias, líder do Comando Vermelho, também conhecido como Tio Patinhas, conforme reportagem inicial do jornal O Estado de S. Paulo.
Do total de deputados envolvidos, 12 são filiados a partidos da base do governo Lula (PT), como União Brasil, PSD, Republicanos, PP e MDB, os quais detêm a liderança de dez ministérios. Apesar de pertencerem a siglas governistas, esse grupo geralmente se alinha à oposição e raramente apoia as posições do Planalto.
Os parlamentares argumentam que a presença de pessoas associadas ao crime e ao tráfico em um órgão do governo federal é inaceitável. Luciane Barbosa de Farias foi condenada a dez anos de prisão por desempenhar, segundo o Ministério Público, um papel crucial na ocultação de valores do tráfico.
Enquanto seu marido coordenava as negociações criminosas, Luciane é acusada de acobertar tais atividades, adquirindo veículos de luxo, imóveis e registrando empresas laranjas, incluindo a Associação Liberdade do Amazonas, criada no ano passado para defender os direitos dos presos.
No entanto, um inquérito sigiloso da Polícia Civil do Amazonas sugere que a ONG foi criada pelos criminosos para atender a seus próprios interesses, visando “perpetuar a existência da facção criminosa e obter capital político para negociações com o Estado”.

O documento de impeachment também conta com a assinatura de parlamentares de partidos adversários ao governo, como Sargento Fahur (PSD-PR), Professor Paulo Fernando (Republicanos-DF) e outros.
Os deputados envolvidos são afiliados a partidos que ocupam cargos de destaque no governo, como União Brasil, PSD, Republicanos e PP, que lideram ministérios importantes, como Turismo, Agricultura, Pesca, Minas e Energia, Portos e Aeroportos, e Esportes.
Após a divulgação da matéria, o nome da facção criminosa e o termo “Ministério da Justiça” se destacaram nos assuntos mais comentados nas redes sociais, gerando repúdio de políticos como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Sergio Moro (União Brasil-PR).
Em resposta às acusações, o ministro Flávio Dino negou ter recebido líderes de facção em seu gabinete, alegando que a suposta audiência não ocorreu em seu ministério.
O Secretário de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, corroborou essa versão, esclarecendo que a solicitação de audiência foi feita por outra pessoa, e Luciane compareceu ao local sem o conhecimento do ministro, abordando supostas irregularidades no sistema penitenciário.
Veja a lista de quem pede o impeachment do ministro da Justiça:
- André Fernandes (PL-CE)
- Sargento Gonçalves (PL-RN)
- Gilvan da Federal (PL-ES)
- Paulo Bilynskyj (PL-SP)
- Sargento Fahur (PSD-PR)
- Nikolas Ferreira (PL-MG)
- Amalia Barros (PL-MT)
- Carlos Jordy (PL-RJ)
- Alberto Fraga (PL-DF)
- Roberta Roma (PL-BA)
- Gustavo Gayer (PL-GO)
- Professor Paulo Fernando (Republicanos-DF)
- Alfredo Gaspar (União-AL)
- Ze Trovão (PL-SC)
- Gilberto Silva (PL-PB)
- Marcelo Moraes (PL-RS)
- Julia Zanatta (PL-SC)
- Dr. Frederico (Patriota-MG)
- Giovani Cherini (PL-RS)
- Sanderson (PL-RS)
- Rosangela Moro (União-SP)
- Zucco (Republicanos-RS)
- Bibo Nunes (PL-RS)
- Vermelho Maria (PL-PR)
- Rodolfo Nogueira (PL-MS)
- Messias Donato (Republicanos-ES)
- Mauricio Marcon (Podemos-RS)
- Carla Zambelli (PL-SP)
- Zacharias Calil (União-GO)
- Magda Moffato (Patriota-GO)
- Ramagem (PL-RJ)
- Pr Marco Feliciano (PL-SP)
- Eli Borges (PL-TO)
- Bia Kicis (PL-DF)
- Filipe Martins (PL-TO)
- Cel Chrisóstomo (PL-RO)
- Coronel Telhada (PP-SP)
- Marcel Van Rattem (Novo-RS)
- Coronel Assis (UNIÃO-MT)
- Delegado Palumbo (MDB-SC)
- Rodrigo Valadares (UNIÃO-SE)
- Pezenti (MDB-SC)
- Junio Amaral (PL-MG)
- Adriana Ventura (NOVO-SP)
- Coronel Fernanda (PL-MT)