Crianças palestinas que atiram pedras em soldados israelenses são presas e mortas

Atualizado em 26 de novembro de 2023 às 15:15
Palestina também acusa Israel de capturar reféns. Foto: Menahem Kahana/ AFP

Conforme relatos das autoridades de saúde da Palestina, desde a intensificação do conflito no Oriente Médio, aproximadamente 5.000 crianças palestinas perderam a vida.

Entretanto, antes do desencadeamento do conflito, a ONG Human Rights Watch já apontava um aumento nos casos de assassinato de crianças palestinas por Israel, especialmente na Cisjordânia. De acordo com a organização, o ano de 2022 registrou o maior índice de mortes de crianças na região em 15 anos. Há previsões de que 2023 possa testemunhar um aumento ainda maior de óbitos.

Uma parcela desses incidentes ocorreu após jovens palestinos lançarem pedras, coquetéis Molotov e fogos de artifício contra veículos ou soldados das forças israelenses. Diversos casos de crianças e jovens palestinos detidos ou mortos nesse tipo de ocorrência já foram relatados .

Em 2015, o governo de Benjamin Netanyahu estabeleceu uma pena de cinco anos de prisão para aqueles que lançassem pedras, bombas incendiárias e explosivos com potencial para causar perigo à vida humana.

Em 2017, cinco adolescentes receberam penas severas por atirarem pedras contra soldados israelenses, conforme noticiou o The Independent. Um soldado que havia atirado contra um homem ferido recebeu uma pena mais branda que a dos jovens palestinos.

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel. Foto: reprodução

Em anos subsequentes, em 2016, cinco jovens, com idades entre 14 e 17 anos, foram condenados a penas entre dois e três anos de reclusão por lançarem pedras contra veículos.

Em 2011, o jornal The Guardian noticiou que 800 crianças palestinas foram processadas por atirar pedras na Cisjordânia, conforme relatório do grupo israelense B’Tselem, de direitos humanos. Entre os condenados, 93% cumpriram penas de reclusão, inclusive crianças de 12 e 13 anos.

A tática de atirar pedras tornou-se significativa para os palestinos durante a primeira Intifada, de 1987 a 1993, quando se rebelaram contra a ocupação de territórios pelas forças israelenses, abrangendo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.

Essa prática simbólica tornou-se uma forma de desafiar e resistir aos israelenses, sendo adotada por crianças, adolescentes e adultos que utilizam estilingues para lançar as pedras. Em alguns casos, se atingirem a cabeça de um soldado, essas pedras podem resultar em fatalidades.

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