
O deputado federal Abilio Brunini (PL) moveu uma ação de indenização por danos morais contra Bruno Araújo, jornalista e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), também coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Poder (PPGCOM) da instituição.
A base do processo judicial é uma entrevista concedida por Araújo ao site de notícias Olhar Direto, publicada em 26 de agosto deste ano. Na matéria, o acadêmico analisou o gesto polêmico de Abilio durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, associando-o a possíveis conotações supremacistas.
Professores vinculados ao PPGCOM emitiram uma nota em defesa de Araújo, alegando que o docente está sendo alvo de perseguição judicial e política por parte do deputado. O comunicado destaca que a perseguição por meio do sistema judiciário é uma estratégia conhecida da extrema direita para censurar o debate acadêmico e social.
“Araújo é um profissional com sólida trajetória de investigação científica no campo dos estudos sobre mídia e populismo e desenvolve, atualmente, uma série de pesquisas e análises de eventos políticos e midiáticos que incluem não apenas, mas também, atores do cenário político de Mato Grosso”, diz o documento.
“Em uma democracia, é fundamental garantir que professore(a)s e pesquisadore(a)s possam exercer sua liberdade de cátedra e sua liberdade de expressão, amplamente asseguradas por nossa Constituição Federal, pelo Pacto de Direitos Civis e Políticos e pela Convenção Americana sobre Direitos Humanos, sem que haja qualquer tipo de censura ou limitação ao livre exercício da manifestação de pensamento”, prossegue a nota dos docentes. “Esses direitos incluem a liberdade de realização de pesquisas e de suas divulgações por intelectuais, pela imprensa e pela universidade”.

O gesto de Abilio durante a CPMI, semelhante ao símbolo “ok invertido”, amplamente relacionado ao movimento supremacista branco, gerou repercussão nacional. Araújo, especialista em política e democracia, foi um dos especialistas a comentar publicamente sobre o incidente. Em resposta, o deputado nega a conotação supremacista do gesto, argumentando que representava apenas o sinal numérico três com a mão.
Os professores do PPGCOM manifestaram apoio ao docente, enfatizando a importância da liberdade de cátedra e expressão, fundamentais em uma democracia. O comunicado defende o direito dos pesquisadores e professores de realizar pesquisas e divulgar suas análises sem enfrentar censura ou limitações.
Abilio Brunini, por sua vez, reitera sua posição, afirmando que acionou a justiça devido à divulgação de fake news por parte de Bruno Araújo. O deputado aguarda com serenidade o desdobramento do processo judicial.
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