Buenos Aires se torna a meca do fascismo mundial na posse de Milei

Atualizado em 9 de dezembro de 2023 às 19:57

A posse de Javier Milei na presidência da Argentina, no domingo, transformou Buenos Aires na meca do fascismo internacional.

Jair Bolsonaro, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, o ex-candidato presidencial chileno José Antonio Kast (que elogiou Hitler), o líder do partido espanhol Vox Santiago Abascal, Eduardo Verástegui da extrema-direita mexicana e o ministro de Segurança de El Salvador, Gustavo Villatoro, enviado por Nayib Bukele, marcam presença.

Lula marcou um tento ao não dar as caras nessa pajelança sinistra.

Bolsonaro foi um dos primeiros a se reunir com Milei, acompanhado por seu filho, Eduardo, o filho responsável pela ponte com essa escória global, próximo de Steve Bannon. A futura ministra da Segurança de Milei, Patricia Bullrich, acabou se lambuzando também. “Pato” Bullrich concorreu com Milei se vendendo como “centro”, veja só.

Um jantar no restaurante Rodizio, no bairro de Porto Madero, reuniu essa escumalha na sexta-feira à noite. Bolsonaro, Kast e outros deputados do partido de Milei estavam lá. Bolsonaro e Orbán se reuniram no domingo e posaram para os fotógrafos.

“Estamos em Buenos Aires para comemorar a grande vitória do Presidente Milei. Tive o prazer de me encontrar com meu bom amigo, Presidente Jair Bolsonaro. A Direita está crescendo não só na Europa, mas em todo o mundo!”, escreveu Orbán no X, antigo Twitter.

As visitas foram destacadas pelo site La Derecha Diario como “reuniões que podem ser um divisor de águas na cooperação entre as diferentes forças mundiais [de extrema direita]”. As alianças são especialmente preocupantes em um cenário de possível vitória de Donald Trump nas eleições americanas de 2024.

O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, afirmou no sábado, 9, que está a caminho da festa.

“A caminho da Argentina, encontrei-me com o Primeiro Ministro de Cabo Verde Ulisses Correia. A primeira reunião de líderes na história das nossas relações bilaterais. A voz de Cabo Verde é de democracia e de apoio a nós na ONU, endossando resoluções que são cruciais para a Ucrânia”, escreveu no X.

Em 1934, Hitler e Mussolini se encontraram pela primeira vez na Itália. Um desastre. Mussolini falava alemão, mas não entendia o sotaque do colega austríaco, que não falava italiano.

Bateram boca em torno da anexação da Áustria, que o alemão defendia de maneira maníaca. Os circunstantes ouviram punhos batendo e gritos na sala onde os dois líderes estavam. Ao saírem, eles não se entreolharam. Cumprimentaram os assessores e voltaram de Veneza em carros separados.

Mussolini definiu aquele que seria, mais tarde, seu protetor: “Um pequeno palhaço louco”. Servia para ele, também, e serve para os calhordas agrupados em Buenos Aires.