Quem é Fabio Spinola, empresário apontado como elo de Renato Cariani com o tráfico

Atualizado em 13 de dezembro de 2023 às 9:31
Fabio Spinola e Renato Cariani. Foto: reprodução

Fabio Spinola, amigo de Renato Cariani, é identificado pela Polícia Federal (PF) como elo entre o influenciador fitness e o tráfico de drogas. Recentemente preso em outra operação por suposto envolvimento na venda de entorpecentes, Spinola deixou a prisão semanas antes de policiais apreenderem R$ 100 mil em dinheiro vivo em sua residência na última terça-feira (12).

Além disso, Spinola é apontado como responsável por manter uma conta de e-mail falsa em nome da AstraZeneca, usada para criar um contato fictício entre a empresa de Cariani, a Anidrol, e o laboratório, justificando transações em dinheiro vivo de R$ 212 mil que chamaram a atenção da Receita Federal. Segundo a PF, ele seria o intermediário entre a indústria química e traficantes de drogas.

As investigações indicam que o esquema, do qual o influenciador faria parte, desviou, em seis anos, uma quantidade de substâncias químicas capaz de produzir 15 toneladas de crack, avaliadas em cerca de R$ 6 milhões. O delegado Vitor Beppu Vivaldi menciona que os valores no mercado clandestino poderiam atingir “valores estratosféricos”.

Na operação da PF que levou Spinola para a cadeia no primeiro semestre, ele foi identificado como um corretor de imóveis de luxo para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.

“A investigação começou a partir das notas de dois depósitos em dinheiro vivo feitos para duas multinacionais farmacêuticas. A empresa, no entanto, não reconhecia as transações e dizia não ter relação com a fornecedora e com os supostos funcionários”, disse Vivaldi.

“Essa forma de operar visa justamente dificultar a fiscalização da Polícia Federal. Nesse caso dos produtos químicos, criando essa ferramenta para escamotear as substâncias, você dificulta o trabalho. A ideia de emitir notas em nome das multinacionais era que, por terem movimentações muito grandes, as notas passariam batidas”, completou o chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, Fabrizio Galli.

Vale destacar que a investigação teve início a partir de uma denúncia da AstraZeneca, após a notificação da Receita Federal para esclarecer depósitos de R$ 212 mil que supostamente teriam sido realizados em nome da Anidrol. A AstraZeneca esclareceu à Receita que nunca esteve envolvida nessas transações financeiras.

Há suspeitas de que Spinola tenha atuado como um representante falso de multinacionais farmacêuticas para negociar com a Anidrol. Ele emitia notas fiscais em nome da empresa de Cariani, possivelmente para encobrir a aquisição de substâncias químicas utilizadas na fabricação de entorpecentes.

EM E-MAIL, FALSO REPRESENTANTE DA ASTRAZENECA FALA SOBRE INVESTIGAÇÃO DA RECEITA FEDERAL COM CARIANI - METRÓPOLES
Falso representante da AstraZeneca envia e-mail para Cariani. Foto: reprodução

Spinola já foi preso em outra operação da PF, chamada Down Fall, relacionada a tráfico de drogas no Porto de Paranaguá (PR), sendo defendido pelo advogado Eliseu Minichillo, o mesmo representante de Pedro Luiz da Silva Soares, conhecido como Chacal, acusado de pertencer à alta cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) e atualmente em liberdade desde o fim de outubro, após 30 mandados de prisão serem cumpridos.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram,clique neste link

Yurick Luz
Yurick Luz, 24 anos, é redator no DCM desde 2022. Amante do futebol, são-paulino e entusiasta do mundo automotivo.