Roger do Ultraje merecia uma temporada numa penitenciária com a placa “defensor de pedófilo”. Por Luis F. Miguel

Atualizado em 16 de dezembro de 2023 às 11:54
Roger Moreira, vocalista do Ultraje a Rigor. Foto: reprodução

Roger Moreira fechou acordo com a Promotoria da Infância e Juventude do Ministério Público paulista. Vai pagar R$ 60 mil de multa e se comprometeu a postar conteúdo educativo – depois de ter tuitado que uma menina de 11 anos era responsável pelos estupros que sofrera.

Saiu barato para o ex-músico bolsonarista.

Roger Moreira é a ilustração viva de que esses testes de inteligência não servem para nada. Ele vive alardeando que tem um QI altíssimo, que seria até membro da Mensa, a associação internacional de pretensos gênios.

Pois ele pode ter uma pontuação assombrosa no teste de QI – ainda assim, todos sabem que é um rematado imbecil.

O mundo dos influencers bolsonaristas não se caracteriza pela elegância ou pela sofisticação intelectual. Mas Roger Moreira se destaca como um dos mais tacanhos de todos.

E debochar de uma criança, grávida pela segunda vez depois de sofrer novo estupro, à qual sua parça Damares tentava negar o acesso ao direito legal de interrupção da gravidez, foi baixo mesmo para seus padrões.

Pagar R$ 60 mil – não para a vítima, aliás, mas para um “Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente” – sai bem barato.

E publicar postagens sobre o combate ao abuso sexual infantil, em suas contas nas redes sociais, é um novo deboche. Quem leva a sério o Roger Moreira defendendo os direitos de alguém.

O que ele fez foi grave o suficiente para merecer uma punição real. Podia começar com seu banimento das redes.

E uma temporada em alguma penitenciária, com uma plaquinha no pescoço que o identificasse: “Defensor de pedófilo”.

Sou contra a violência, mas há casos em que dá para abrir uma exceção.

Publicação realizada por Roger em setembro de 2022. (Foto: Reprodução)

Publicado originalmente no Facebook

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Luís Felipe Miguel
Professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do Demodê - Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades.