Denúncias do MPRJ: miliciano Zinho é acusado de matar ex-vereador Jerominho, PM e rivais

Atualizado em 26 de dezembro de 2023 às 9:34
Miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho — Foto: Reprodução

O miliciano Luiz Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, enfrenta 6 denúncias do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), incluindo acusações que o apontam como mandante do assassinato do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho.

Zinho também é acusado por múltiplos assassinatos de membros de gangues rivais, além de envolvimento em crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, extorsão e corrupção policial, segundo informações do G1.

Como líder da maior milícia do Rio de Janeiro, Zinho era o criminoso mais procurado pelas autoridades de segurança do estado até sua entrega à Polícia Federal (PF) na véspera de Natal, 24 de dezembro.

Atualmente, com 12 mandados de prisão pendentes, Zinho estava foragido desde 2018. Diversas operações, incluindo a Operação Dinastia 2 no último dia 19, foram conduzidas pela PF e pelo Ministério Público nos últimos meses para capturá-lo.

Denúncias e crimes

Uma das denúncias do MP aponta Zinho como mandante do assassinato do ex-vereador Jerominho, ocorrido em agosto de 2022, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio. Câmeras de segurança registraram o momento em que três homens armados abriram fogo contra as vítimas ao estacionarem o carro em frente a um supermercado.

O MP acredita que Zinho orquestrou esse homicídio para impedir que Jerominho e seu irmão, o ex-deputado estadual Natalino José Guimarães, retomassem o controle da organização criminosa.

Ex-vereador Jerominho é baleado no Rio — Foto: Reprodução
Ex-vereador Jerominho é baleado no Rio — Foto: Reprodução

Além disso, Zinho é acusado pelo assassinato de membros de gangues rivais, como André Luiz Rosa de Sousa e Leandro de Oliveira Moreno, em Seropédica. Os investigadores alegam que as vítimas, após se juntarem ao ‘Bonde do Zinho’, foram mortas por não cumprirem ordens.

Outra acusação aponta Zinho como o líder do grupo responsável pela morte do policial militar Devid de Souza Matos, em dezembro de 2021, durante uma operação contra a milícia no local conhecido como Canto do Rio.

Quase dois anos depois, a Justiça recebeu a denúncia do MP contra Zinho e mais quatro homens pela morte do policial Devid.

Zinho foi denunciado pelo fato de exercer a liderança do grupo criminoso. Os demais denunciados foram: Jhonny Alexandre de Souza Silva, o John John; Alan Ribeiro Soares, o Nanan; Rodrigo dos Santos, conhecido como Latrel; e Rui Paulo Gonçalves Estevão, o Pipito. Esses foram apontados pelo MP como os autores dos disparos.

Estrutura da organização criminosa

Investigações da PF e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) identificaram a estrutura de cobrança de taxas ilegais a empresas e comerciantes locais. A milícia de Zinho usava mensagens codificadas para coordenar crimes e extorsões, evitando rastreamento digital.

Promotores revelaram que grandes empreiteiras eram obrigadas a pagar mensalmente à milícia por cada empreendimento realizado, incluindo obras da Prefeitura do Rio. Documentos mostram valores significativos, com parcelas de R$ 13 mil, totalizando R$ 168 mil em um mês apenas nessas taxas.

A milícia chegou a criar um departamento para coagir comerciantes e empresários a pagar propina, com um responsável pelas cobranças, ciente dos valores arrecadados e da violência utilizada nas ações na Zona Oeste da cidade.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link
Yurick Luz
Yurick Luz, 24 anos, é redator no DCM desde 2022. Amante do futebol, são-paulino e entusiasta do mundo automotivo.