No Natal, Israel fez 50 ataques e matou mais de 100 pessoas em Gaza, diz ONU

Atualizado em 26 de dezembro de 2023 às 11:43
Palestinos inspecionam casas destruídas em ataques israelenses em Khan Younis, na Faixa de Gaza. (Foto: Mohammed Salem/Reuters)

A ONU (Organização das Nações Unidas), nesta terça-feira (26), fez uma denúncia sobre o impacto dos ataques ocorridos na Faixa de Gaza durante a véspera e o dia de Natal, entre os dias 24 e 25 de dezembro.

O Escritório do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos expressou extrema preocupação com os bombardeios contínuos das forças israelenses na região, resultando em mais de 100 mortes de palestinos desde a véspera de Natal – desde o início dos conflitos em 7 de outubro, o número total de óbitos em Gaza chega a quase 21 mil pessoas.

Bombardeios continuam

O último intenso bombardeio aconteceu após as forças israelenses ordenarem a mudança dos residentes do sul de Wadi Gaza para Middle Gaza e Tal al-Sultan em Rafah.

A Força Aérea Israelense realizou mais de 50 ataques em Middle Gaza, incluindo em campos de refugiados como Al Bureij, Al-Nuseirat e Al-Maghazi. Sete edifícios residenciais em Al-Maghazi foram atingidos, resultando na morte de aproximadamente 86 palestinos, além de que há um número desconhecido de pessoas ainda preso sob os escombros, conforme alertou a ONU.

Esses ataques ocorreram pouco depois de o Papa Francisco, durante sua missa na Catedral de São Pedro, expressar sua solidariedade ao povo palestino.

Em Belém, as comemorações públicas de Natal foram canceladas, sendo substituídas por uma vigília, e uma enorme bandeira palestina foi exposta, pedindo um cessar-fogo em Gaza.

Israel ignora apelo internacional

Apesar da resolução recente do Conselho de Segurança da ONU, que visava aumentar a ajuda humanitária para Gaza, Israel persistiu em ignorar as apelações, intensificando os ataques. O número total de mortos nos campos de Al-Maghazi e Al-Bureij subiu para pelo menos 131, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). A situação humanitária em Gaza é cada vez mais catastrófica, com estradas destruídas, impedindo a chegada de ajuda humanitária, e hospitais superlotados.

A ONU reiterou o apelo para que todos os ataques respeitem estritamente os princípios da lei humanitária internacional, incluindo distinção, proporcionalidade e precaução no ataque. Além disso, enfatizou que as forças israelenses devem tomar todas as medidas disponíveis para proteger os civis, destacando que avisos e ordens de evacuação não isentam de responsabilidade as forças envolvidas nos ataques.

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