Confundida com foragida por reconhecimento facial, mulher é abordada duas vezes em festa

Atualizado em 5 de janeiro de 2024 às 14:51
A auxiliar administrativa Taislaine Santos foi abordada duas vezes após ser confundida com foragida por sistema de reconhecimento facial em Aracaju (SE). Foto: Reprodução

A auxiliar administrativa Taislaine Santos foi abordada duas vezes por policiais em uma festa em Aracaju (SE) após erro em sistema de reconhecimento facial. Ela conta que o caso aconteceu em novembro de 2023 e que foi confundida com uma pessoa que estava foragida da Justiça.

A primeira abordagem ocorreu por volta das 16h30. Ela diz que foi abordada por dois homens que disseram ser policiais civis à paisana e relataram que ela foi identificada por uma câmera de reconhecimento facial como possível suspeita foragida da Justiça.

Após verificarem a foto da suspeita e compararem a imagem ao rosto de Taislaine, eles reconheceram o equívoco e disseram: “Realmente não é você”. Ela voltou à festa após a confusão, mas foi abordada novamente, dessa vez por policiais militares, por volta das 18h30.

“Me abordaram de forma totalmente diferente. Não perguntaram nome nem meu documento. Jogaram meu copo no chão, pegaram meu celular, prenderam minhas mãos para trás, segurando com bastante força. Eu dizia ‘não fiz nada’. Um PM falou ‘você sabe o que você fez, né?’”, relatou ao jornal O Globo.

Ela conta que foi colocada em um carro da PM e levada até uma tenda onde estavam outros policiais. Lá, questionaram todos os seus dados novamente e constataram que ela não era a suspeita foragida da Justiça identificada pelo sistema de reconhecimento facial.

“Perguntaram se eu queria voltar para o evento, porque já tinham comunicado no grupo da polícia que não me abordassem mais. Disse que queria ir para a casa. Uma viatura da PM me levou. Não pediram desculpa em momento nenhum. Disseram que foi um erro, mas não pediram desculpas”, conta.

Sistema de reconhecimento facial foi implementado em Sergipe em 2023. Foto: SSP/SE

Ela diz que foi orientada a fazer um boletim de ocorrência contra a PM e que avalia processar o estado pelo erro. Taislaine diz que recebeu um pedido de desculpas pessoalmente do governador após a repercussão do caso.

Também foi prometido que o governo do estado verificaria o sistema de reconhecimento facial e buscaria medidas para criar uma “abordagem mais humanizada” da PM. Mesmo assim, ela diz que ficou traumatizada com o episódio.

“Uma das coisas que me deixou preocupada é que ele disse que podem me reconhecer de novo. Estou impossibilitada de sair. Posso ser abordada a qualquer momento, mesmo eles sabendo que não sou a pessoa que estão procurando”, prossegue Taislaine.

“Estou apreensiva. Desde que aconteceu, não quis voltar para festa nenhuma. Não me sinto segura. Nem para sair do estado, viajar. Vou começar agora acompanhamento psicológico, porque vira e mexe fico revivendo, lembrando”, completa.

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