Quanto custa e quem arca com a restauração dos prejuízos do 8/1

Atualizado em 6 de janeiro de 2024 às 13:41
Ataques causaram prejuízos aos Três Poderes com destruição de uma série de itens. Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Os ataques que ocorreram em 8 de janeiro de 2023 deixaram sequelas significativas nos prédios dos Três Poderes, resultando em prejuízo financeiro e danos irreparáveis a importantes peças do patrimônio público. Segundo um levantamento da CNN, o valor total dos danos ultrapassa os R$ 16 milhões, mas esse montante pode ser ainda maior, pois algumas instituições ainda não conseguiram mensurar completamente os custos associados à restauração.

Entre os objetos danificados, encontram-se itens valiosos, instalações e obras de arte que compõem a riqueza histórica dos edifícios. No entanto, mesmo após um ano dos incidentes, alguns desses itens preciosos permanecem irreparáveis.

Dentre os objetos ainda não recuperados, destaca-se o relógio Balthasar Martinot Boulle, do Século 17, que chegou ao Brasil pelas mãos de dom João VI em 1808, e foi derrubado duas vezes por bolsonaristas. Outra peça ausente é a escultura “The Pearl,” presenteada em 2019 pelo ministro das Relações Exteriores e vice-primeiro-ministro do Catar a Rodrigo Maia, então presidente da Câmara dos Deputados, avaliada em R$ 5.000.

Prejuízos assumidos por cada poder:

Supremo Tribunal Federal (STF): R$ 12 milhões
Câmara dos Deputados: R$ 2,7 milhões
Senado Federal: R$ 1,3 milhão
Palácio do Planalto: R$ 297 mil
STF: Reconstrução e Desafios na Restauração

O Supremo Tribunal Federal (STF) foi fortemente impactado, enfrentando um prejuízo de R$ 8,6 milhões, com 951 itens furtados, quebrados ou destruídos. A reconstrução do plenário da Corte, envolvendo a substituição de carpetes, cortinas e outros itens, consumiu R$ 3,4 milhões.

Até o momento, 116 itens foram restaurados, incluindo esculturas, telas, tapeçarias, galerias de retratos e objetos de mobiliário. Alguns itens históricos, no entanto, permanecem sem restauração devido à falta de material específico.

Na Câmara dos Deputados, o prejuízo total atingiu R$ 2,7 milhões. Dentre os principais custos estão:

Manutenção de imóveis: R$ 1,2 milhão
Restauração de bens patrimoniais: R$ 74,3 mil
Danos a bens culturais: R$ 1,4 milhão
Perdas em mídias digitais: R$ 32 mil
Senado Federal: Recuperação de Bens de Museu e Prédio

No Senado Federal, a recuperação dos bens de museu teve um custo de R$ 483 mil. Destacam-se as obras de arte danificadas, como pinturas a óleo de ex-presidentes da Casa. Além disso, as obras e serviços para recuperação do prédio consumiram R$ 889 mil.

Já no Palácio do Planalto, os custos prediais totais foram de R$ 297,7 mil, envolvendo reparos elétricos, vidraçaria, pintura, entre outros. Um laboratório foi inaugurado no Palácio da Alvorada para revitalização e recuperação de obras de patrimônio público da Presidência da República.

O processo de restauro das obras artísticas é resultado de um acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), assumindo todos os custos, em cooperação técnica formalizada com a Embaixada da Suíça no Brasil.

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Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.